Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de Exus do dia 15 de junho de 2024. Homenagem ao orixá Exu.


Graças a Deus, e que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome do próprio Jesus; este que, antes da sua partida, disse a seus discípulos que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome ele estaria presente.

Os cristãos se reuniram desde então, após o advento do suplício e morte do seu mestre, revivendo as suas palavras, revivendo os seus feitos, buscando através disso tudo reorganizarem em suas vidas dentro de dissertações do amor, da caridade, da confiança nos desígnios de Deus e na presença de Deus como um pai amoroso na vida de todas as criaturas.

Que possamos seguir com essa confiança, porque a vida vem trazendo atribulações a todo momento ao ser humano, mas não pensem que isso seria apenas uma atribuição de vossa vida em particular, porque a humanidade passa, desde a sua criação, por momentos em que a vida ora é turbulenta, ora é menos turbulenta. Mas creiamos que Deus não é um Deus de testes; é um Deus, como já vos foi dito, de consequências. Então que possamos administrar o tempo de encarnação com tudo o que vai nos acontecendo e tudo o que vamos criando, para que possamos tirar sempre aprendizado e que possa ser a palavra um instrumento de elucidação, de esclarecimento e também de união. A palavra como uma ferramenta hábil e útil para disseminação do conhecimento e também da caridade, porque apenas o conhecimento por si não salva ninguém, mas é o uso que fazemos do conhecimento é que poderá fazer de nós instrumentos úteis através de nossas ações e de nossa veiculação através do conhecimento que temos.

Santo Antônio, grande orador e verbalizador das palavras de Jesus e de exortações ao bem, teve sua língua e cordas vocais preservadas após sua morte. A exumação de seus restos mortais demonstrou que a sua língua e cordas vocais encontravam-se não corrompidas pela transformação natural do corpo após a morte; tamanha a presença saudável do bom uso em seu aparelho fonador.

Santo Antônio que pregava a todas as criaturas e que certa vez em pregação em uma cidade onde havia tanta disseminação do mal e do pecado, que ninguém o ouvia. Percebendo que a população lhe fazia ouvidos moucos, Santo Antônio, para não perder a oportunidade de trabalho, clamou pelos peixes do mar e a eles fez a sua pregação. Chamou pelos peixes e vieram os peixes. Vieram peixes pequeninos, vieram peixes de grande porte, vieram peixes de porte médio e cada um se alojava onde eram os seus iguais. Peixes grandes mais ao fundo, peixes médios um pouco mais próximo, e os pequeninos, sem temerem a presença dos maiores e de serem por eles tragados, aproximaram-se do santo como a pedir-lhe proteção e saber que ela deste viria. E Santo Antônio clamou aos peixes e começou a lembra-los do quanto Deus é bom; de quanto Deus os havia colocado na água salgada ou na água doce de acordo com a sua necessidade. E santo Antônio os lembrou de quando houve o dilúvio, os peixes não precisaram de uma arca porque o próprio elemento onde vivem, onde habitam, lhes era favorável à sua própria proteção. E lhes lembrou sobre a água que Deus dá a eles, como era límpida para que pudessem se locomover, apreciar as belezas do oceano e também encontrarem comida com fartura. E Santo Antônio os lembrou o quanto eram importantes na criação de Deus, como exerciam bem o seu papel na criação, e como que os peixes deveriam ser gratos a Deus por, mesmo assim sendo na classe animal, serem tão beneficiados pelo amor do criador e os peixes agradeciam, porque movimentavam-se de forma que estivessem felizes, por serem exortados as benesses de sua existência.

E toda cidade percebendo que Santo Antônio se comunicava com os peixes, começou também a ouvir os seus discursos e a compararem as belezas do céu para com o próprio homem necessitado do amor de Deus. E a partir daí Santo Antônio passou a pregar para toda a população e converteu pecadores, e converteu infiéis e a sua palavra seguiu sendo distribuída de maneira pródiga exercendo o seu trabalho na obra da criação, a missão que lhe era esperada para aquela encarnação.

Então que possamos aprender com a presença de Santo Antônio, que tão somente se doava pela pregação, que defendia os que eram injustiçados e, não nos importando se estão nos ouvindo ou não, façamos o nosso trabalho que é do fruto do nosso trabalho que chegará a resposta daquilo que somos. Muito mais do que a palavra vazia é a ação repleta de amor para que possamos convidar cada pessoa através do nosso exemplo, do nosso convite a uma vida mais plena de amor, de harmonia e de dignidade.

Que Santo Antônio e toda sua verve saudável possam ecoar em vossos ouvidos para o chamamento das boas práticas, da justiça, da correção, da verdade, da busca da proteção dos que realmente precisam e distribuir benefícios a quem quer que seja.

Que possamos, com a homenagem ao santo que não é somente um santo casamenteiro preocupado com questões frívolas, fazer com que a sua figura seja muito mais venerada pela presença de Deus nele, pelos feitos que realizou e que cada um possa encontrar na simplicidade e na verdade o caminho para encontrar a paz e a harmonia.

Graças a Deus.