Mensagem do caboclo Sete Flechas em sessão de caboclos em homenagem a Beijada em 28 de setembro de 2024.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem, mais uma vez, em nome de Deus.

Disse Jesus a seus discípulos, que toda vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente. Aqui estamos nós reunidos em nome de Jesus. O nome mais falado em todo vosso mundo é o nome de Jesus e nos reunimos em nome dele, na expectativa de que o pronunciar de seu nome possa balançar as estruturas do vosso ser e vos sintonizar com tudo aquilo que ele reverencia que ele representa que é a fraternidade, o amor desinteressado, a paz entre as criaturas; pois tudo que ele exemplificou em sua passagem enquanto encarnado na humanidade, foi a prática da doação; a doação de si, não reter o conhecimento e espalhar benefícios a todo o momento; seja pelo olhar, pela postura, pela ação, e pela simples presença e assim se espera que todos que se colocam debaixo da bandeira de Jesus, da bandeira cristã, possam sintonizar-se com esta simplicidade e não com duelos de poder e de ego que encontramos muitas vezes, quando aqueles que se reúnem e se pensam detentores de ser a única bandeira cristã no mundo. Porque Jesus trouxe sua presença ao mundo, escolheu pessoas do povo. Não foi aos doutores e aos sábios, mas escolheu os seus homens mais próximos justamente entre aqueles em que ele via o bem, mas o bem estava escondido em uma aparência ou em uma vida muitas vezes embrutecida e lapidou esses homens como se faz com um diamante e trouxe deles o melhor que tinham. E é isso que precisamos fazer com toda criatura. Somos artífices. Nossa passagem no mundo e nossa missão é lapidarmo-nos, mas também transferimos ao outro o melhor que temos através da exemplificação.

É por isso que já dissemos e repetiremos; a profissão do magistério é a mais bela de todas as profissões. Porque sem este alguém que nos ensine, sem alguém que nos segure a mão e nos faça desenhar as primeiras letras e a pensar, a humanidade estaria relegada a viver na animalidade, na brutalidade. Então que possamos entender como que o exemplo, como que o ensinar, como que o moldar mentes é importante e requer tamanha responsabilidade e amor pelo o que se faz. Mas ao mesmo tempo lembramos que professores não são só aqueles que foram às escolas e se formaram professores, porque todo ser humano é professor em si. Todo ser humano acumula conhecimento, todo ser humano tem alguma sabedoria e precisa deixar no mundo a sua marca. Precisa deixar no mundo a sua mensagem e esta se faz nas mais variadas formas de existência. Seja através do seu trabalho, seja através da sua fala, pela sua postura. E pensemos que pais e mães, ao seu tempo, são professores de seus filhos. Então assumam o condão dessa responsabilidade e transmitam valores que sejam nobres para que a criança possa ser o adulto do mundo no futuro e fazer desse mundo um mundo melhor do que aquilo que temos hoje e cabe aos pais criarem, montarem esses alicerces de mentes voltadas para o bem, porque o mundo tem febre. Febre de egoísmo, febre de violência, febre de necessidade emocional e precisamos que as famílias se restabeleçam. De qual forma sejam formadas não nos interessa; o que interessa é que seja um berço de amor, de carinho e de responsabilidade.

Médiuns que ocupam cargos, a seu tempo, são professores. Olhem para aqueles que chegam nesse momento e os ensinem pelo seu exemplo, os ensinem com o seu amor. Irmãos são professores em seu tempo. Então troquem com seus irmãos de jornada as experiências através sempre da boa exemplificação, pois foi tudo isso que Jesus fez em todo momento. Jamais se impôs. A sua espada era sua palavra de luz, era sua presença dominadora pelo seu carisma. Se estamos debaixo da bandeira do Cristo, precisamos nós também assimilarmos esta postura, porque o ser cristão não é só ostentar símbolos em seu peito e em sua casa, é a uma postura.

Que possamos a parir dessa observação saudável, assumir a nossa missão no mundo que é a do servir. Não existe prazer maior para um espírito endividado, como todos nós, do que servir. Servir com carinho, com doçura, servir exemplificando. Servir sem expectativa até de reconhecimento, porque tudo isso volta em seu tempo. Em um tempo em que não controlamos, mas em um tempo completamente em sintonia com as nossas necessidades, porque aquele que faz o bem, que faz uma boa ação, esperando algo em troca, ou esperando que depois da morte seja reconhecido, nada mais faz do que estar investindo como se fosse em um banco para que seu dinheiro crescesse; é materialidade. Quem faz o bem esperando troca, está na matéria. Então que possamos simplesmente fazer o bem, porque faz bem fazer o bem; porque alimenta a alma e o que vem de resto é tão somente consequência de uma vida que se vive com tranquilidade cumprindo nosso papel. 

O homem vive décadas, nada mais do que isso. Que possa cada década ser como degraus que os impulsiona para que a encarnação seja valida. Que o tempo entre o berço e o túmulo seja algo valioso onde se aprendeu, onde se ensinou, onde se viveu, onde se exerceu a humanidade.

É isso que espera a espiritualidade do homem; que seja humano. Que vida essa humanidade. O que diferencia o homem do animal é que ele produz cultura. Animais e homens têm necessidades de perpetuação da espécie, carinho, afago, tudo isto homens e animais precisam e até as plantas, mas o homem produz cultura. O homem produz valores, fraternidade, caridade, amor, amizade, família, coisas que até alguns animais já exercitam e cabe ao homem, a mais complexa das criaturas de Deus, alçar vôos mais altos, dar o passo adiante, fazer valer a sua presença, assumir a sua responsabilidade como a criatura que mais danifica o mundo que vive, e que precisa ser também o remédio para que este possa sobreviver às tempestades que estão por vir.

Graças a Deus.