Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de boiadeiros do dia 01 de fevereiro de 2025. Homenagem à Iemanjá.


Graças a Deus filhos.

Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, em que se reúnem em nome Jesus. Disse Jesus que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome; que ele estaria presente.

Assim vem se repetindo desde seu retorno, a sua ascensão ao mundo espiritual, em que os cristãos seguiram reunindo-se em seu nome, anônimos, recém assimilando a mensagem de Jesus, que podemos dizer, as suas palavras in natura, porque as pessoas que conviveram com o Nazareno, tiveram suas memórias imersas na voz do próprio Cristo, e seguiram com a sua mensagem, que depois foi sendo aos poucos, deturpada, mas os primeiros cristãos reuniram-se realmente em nome de Jesus na simplicidade e no anonimato, entregando-se a uma fé nova que os envolvia e os renovou. Renovou seus pensamentos, modos de observação da família, da cultura; revolucionou a sua postura. Entregaram-se a uma fé sem qualquer medo de qualquer violência seja ela física ou não. Estes cristãos que se envolveram com a energia do próprio Jesus, transformaram-se, viveram o primeiro cristianismo, o cristianismo primitivo com grande fervor, com grande renovação.

Passado tanto tempo, vemos o ser humano aguardando retornos iminentes e imediatos de sua possível servidão à Jesus. Abraçam a religiosidade, abraçam a mediunidade, abraçam responsabilidades na expectativa de um ganho imediato.

“O que ganho eu, ao assumir tal coisa?”

“Assumirei a mediunidade, me iniciarei em tal casa porque fulano e beltrano assim o fizeram e sua vida mudou”.

Faz o homem moderno, como se fosse um mercado, uma moeda de troca, onde o uso da mediunidade e a aceitação religiosa precisam obrigatoriamente reverter-se em status para o mundo físico, em benefícios materiais, em ganhos imediatos e quase mágicos, em vitórias sobre possíveis destratos e inimigos materiais e se desiludem quando tal não acontece, porque se dedicaram, porque se envolveram, porque esperam tal coisa da divindade que reverenciam.

Passa que não é essa, e nunca foi, a promessa de Jesus. Ele sempre disse que seu reino não era deste mundo. Ele sempre colocou, em pratos limpos, que a sua missão era de transformador, não de beneficiador e chamou a todos ao trabalho. E precisa o ser humano entender que essa pressa, esse imediatismo só refletem seu pouco adiantamento no conhecimento das coisas de Deus. Isso porque o ser humano, no seu imediatismo, sempre espera o melhor pra si ou para aqueles que lhe são caros, deturpando todo o conceito do que é o justo, do que é o correto, do que é o pensar no TODO, o SER irmão da humanidade. Porque ainda no vosso modo de pensar, quando alguém ganha, outro alguém precisa perder. Quando alguém entra para o mundo político sempre quer, e entra já visando ganhos próprios e arrebanhar riquezas que não lhes pertencem, esquecendo-se que a missão do ser humano, quando alcança o poder, é servir. O poder foi dado para que detentor do poder sirva. Sirva de exemplo e sirva efetivamente aqueles a quem coordena, porque o ganho pessoal deve vir pela luta própria. E o ser humano leva isso para sua religiosidade, esperando que Deus o beneficie, porque faz caridade, porque dedica seu tempo a esta ou aquela casa, a esta ou aquela causa. Infantilidade.

Enquanto no mundo de vocês houver desigualdades, enquanto houver fome, enquanto houver violência, enquanto não houver realmente movimentos que aplaquem a fome do mundo e aplaquem a violência no mundo, enquanto houver pessoas em sofrimento enquanto outras pessoas não passam por necessidades e não fazem nada, simplesmente porque não querem, o mundo seguirá sendo, um mundo de provas e expiações. A mentalidade precisa ser renovada para que todos possam estar bem. E isto é responsabilidade, não só, das comunidades religiosas ou daqueles que ocupam cargo de poder, seja na política ou em qualquer lugar que seja, é uma responsabilidade de todos.

Então que se saiba, que a responsabilidade por um mundo melhor, recai também em cada um de seus habitantes, porque se pensarem bem, criticam os que tem o poder, apontam defeitos, sejam quem for, em que momento for, desde que não seja contrário aquilo que se pensa, mas muitas vezes dentro das nossas próprias residências, de nossas próprias casas, também fazemos divisões e separações de acordo com aquilo que nos satisfaz ou não. A luta contra a vaidade e o egoísmo precisa ser efetuada dentro de cada um para que realmente essa necessidade de comida e de teto, possa ser aplacada ao aplacar a vaidade de cada ser humano existente e aí sim haverá transformação no mundo.

Baixemos a nossa voz para a critica excessiva, seja pelo governante, seja pelo cônjuge, seja pelo vizinho e abracemos a missão de melhorar aquilo que podemos, aonde podemos e quando podemos. Saindo da reclamação passaremos a ser verdadeiros cooperadores do mundo e da espiritualidade.

Graças a Deus.