Graças a Deus.

Que a paz de Jesus esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Deus.

Disse Jesus a seus discípulos, que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente, e a figura do Cristo se faz presente todas as vezes que existe amor nas intenções dos filhos, a prática da caridade verdadeiramente desinteressada. Em tudo aquilo que constrói relacionamentos saudáveis, alianças sadias; ali Jesus está presente, como também todo profeta que prima pela libertação das criaturas do passado delituoso ou do presente cheio de dúvidas e pleno de erros.

Que toda vez que o homem se reúna possa sintonizar-se com essas figuras ascensas pra que possa dali ver o caminho a seguir. O caminho que o homem segue é tal qual uma estrada sinuosa e escura e tudo que ele tem para caminhar é a luz de sua consciência, como uma pequena lanterna que ilumina poucos metros à sua frente, mas o homem precisa seguir porque estacionado não pode ficar. Algo dentro de si o impele ao crescimento e ao avanço. Tudo que ele faz é andar o pouco que a sua lanterna e a sua consciência iluminam, mas se ela ilumina tão somente poucos metros, os poucos metros que ele avança quando neles chega já está avançando outros metros com a sua luz e quando vê caminha passo-a-passo. É pouco a pouco, mas não podemos parar, porque atrás de nós há uma multidão que nos impulsiona e também existem muitos outros que já passaram pelo que já passamos e que nos chamam dizendo é possível. O caminho que a humanidade percorre é possível, mas é um caminho que precisa ser trilhado com leveza; e tudo que pesa na bagagem do ser humano precisa ir enquanto for útil e sendo utilizado, mas na medida em que não nos faz mais valor, não nos agrega mais nada, podemos deixa-lo pelo caminho para que outros se aproveitem daquilo que um dia foi útil a nós, mas que tenhamos a coragem, a capacidade, de nos libertarmos das amarras, das crenças que um dia foram úteis, mas que hoje não são mais. É por isso que dizem: “Fulano mudou”. Fulano não mudou; Fulano se libertou, Fulano amadureceu. A mudança, radicalmente como filhos entendem, não existe. Temos uma essência que precisa ser alimentada e seguida e é essa essência que vai se adaptando e florescendo na medida em que a consciência do homem e seu saber assim o permitem. Toda criatura de Deus foi criada para ser feliz, foi criada para evoluir e alcançar dimensões inimagináveis em vosso plano. O mais ínfimo verme, a menor ameba, todos os corpos onde habita a vida têm o destino da felicidade e de engalanar-se de conhecimentos, sabedoria e da luz que agrega na medida em que passa pelas diversas fases das criaturas criadas por Deus.

Tal qual a borboleta que se iniciou numa ínfima lagarta e transforma-se, alça voo praticando e exercitando o seu papel na criação. Assim como cada animal possui o seu papel na obra de Deus; perpetuam a espécie, equilibram a natureza e todos nascem pequeninas criaturas que crescem, amadurecem, desenvolvem seu papel e depois ao seu modo também desencarnam para novamente seguir um ciclo evolutivo necessário a cada espécie, também o homem nasce pequeno e indefeso. Precisa da mão, do pai, ou quem quer que seja, para cuidá-lo, alimentá-lo não só com alimento material, mas principalmente o alimento espiritual, o alimento da mente; a educação, para transformar-se em homem saudável, em mulher plena; com exercícios a fazer em sua vida, em sua comunidade, em seus afazeres.

Deus criou o homem ignorante para que possa, através das várias experiências encantatórias, acumular conhecimento através dos erros e dos acertos, dos exemplos ir se embelezando espiritualmente com toda a beleza que a bondade, que a justiça, que a fraternidade propiciam ao ser humano. Certa vez Jesus disse: “Onde eu cheguei cada um de vós poderá chegar”. E filhos têm Jesus como a meta, como homem de bem a ser alcançado. E muitos dizem querer seguir o Cristo. E muitos dizem pedir para que Cristo venha em vossas vidas, mas Cristo está! Mas o movimento de ir até o Cristo muitas vezes é difícil, porque o que diferencia o animal do homem? O animal cumpre o seu papel na natureza e o homem, que também pertence à natureza, mas tem a consciência e com a consciência vem a culpa, com a consciência vêm as ações que o homem desenvolve, a cultura da qual se alimenta, o que ele produz; diferenciam-no do animal que segue instintos, mas o ser humano, além dos instintos, tem a consciência, os valores e uma cultura que precisa seguir do que é certo, do que é errado. E é isto que ao mesmo tempo que é a alavanca do homem, pode ser a sua derrota, porque na medida em que se cria a consciência, que se cria a diferença, também se cria o egoísmo. Então o homem precisa balancear a cultura que produz, o pensamento que tem, a consciência que o move, para que possa diferenciar-se senão será tão somente um animal que pensa, mas ainda assim um animal.

Quando Deus criou o homem ignorante para que possa crescer com as experiências e quando vem o Cristo e chama o homem para vir até ele, o homem precisa entender que Cristo não está fora, Cristo está dentro. A viagem para Cristo é dentro de cada um e, neste caminho até encontrar-se Jesus, pois Jesus é humildade, é fraternidade, é renúncia, é disciplina. O homem precisa, dentro de si, ir retirando estas barreiras que o impedem de encontrar o Jesus que ali está aguardando que as portas se abram por dentro e que ele possa fazer fluir, através dele, a essência da humanidade que é bela em toda sua plenitude; desvencilhando daquilo que o prende ao erro e à culpa e ao delito. Isso passa pela autodisciplina, pelo autoamor e aí sim encontraremos esse Jesus que não está lá fora, não está em uma imagem crucificada. Toda mensagem dele jaz dentro do homem e para fazer brotar é preciso, tal qual descascamos uma cebola, retirar estas cascas e ali encontraremos o que sempre esteve conosco, mas que sempre ficamos pedindo auxílio; rogando, pedintes espirituais de ajuda, de conselhos, de aberturas de caminhos, quando tudo isso está dentro do próprio homem quando ele se desvencilha do ego; quando se desvencilha do que prende essa consciência culpada à  própria culpa através do trabalho, da doação, da caridade verdadeiramente desinteressada e do perdão, conseguimos encontrar esse Jesus que tanto se espera e cumprimos o papel que viemos realizar no mundo.

Nosso papel não é satisfazer a nós, é satisfazer a coletividade. É fazer com que sejamos úteis para que tudo isso retorne a nós num círculo virtuoso de troca saudável de energias, de paz e de bênçãos.

Graças a Deus.