Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta manhã em que nos reunimos em nosso ritual de cachoeira. Ritual anual onde renovamos os laços de desenvolvimento mediúnico, renovamos os laços com as firmezas do templo, mas principalmente renovamos os laços com compromissos consigo mesmos de seguir debaixo da bandeira que optamos por estar, sob a sua proteção.
Que possamos estar em sintonia com esta egrégora que convida filhos à reformas, à mudanças de atitudes, porque Deus tudo pode, mas precisamos nos colocar em sintonia com Deus para que possamos ser não só merecedores, mas estarmos efetivamente debaixo de seu augúrio, de tudo aquilo que ele representa. Seguimos sendo filhos do homem, seguimos sendo filhos de um pai amoroso, mas a sua justiça é tanta que tudo aquilo que realizamos, tudo aquilo que fazemos agrega-se em nós como ímãs em perfeita sintonia com a justiça trazendo de retorno tudo aquilo que vamos semeando.
Então, assim como disse Jesus no Sermão da Montanha, “bem aventurados os mansos porque herdarão a terra; bem aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados; bem aventurados os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia”. Que possamos, no desejo de seguir debaixo da bandeira da Umbanda que escolhemos, seguir sendo mansos para que possamos seguir o trabalho que escolhemos e para o qual fomos convocados; seguir o caminho de ir e vir ao mundo material, mas sempre em constante trabalho de reformulação, de auxílio, de distribuição de benefícios, assumindo compromisso com o planeta que nos abriga e que saibamos entender que misericórdia e justiça caminham de mãos dadas. Por isso que aqueles que têm fome e sede de justiça serão saciados, no tempo da justiça de Deus. No tempo da justiça que é boa para todos, no tempo da justiça que educa, que corta os vícios, que aplaca a ira e que traz a todos responsabilidades.
Que a misericórdia seja natural em todo ser humano. Distribuindo misericórdia, sendo capaz de perdoar, sendo capaz de compreender o erro do outro, sendo capaz de reconhecer os próprios erros e que, da mesma maneira que pede misericórdia para os seus, consiga distribuir misericórdia de maneira pródiga. Não é passar a mão sobre o erro do outro, mas é reconhecer que todos são falhos e que muitas vezes na posição do outro cometeríamos os mesmos erros e que precisamos, com esta sintonia, nos transformarmos em verdadeiros cooperadores de Cristo. Verdadeiros servidores da humanidade e não somente pedintes espirituais que pedem misericórdia sem a merecer; que pedem uma justiça que satisfaz apenas a nós e que só é manso quando as coisas andam do modo que queremos.
Aquele que realmente serve à caridade, que serve à luz que vem do alto, sabe que existe um tempo regido por Deus e que este tempo nem atrasa e nem adianta, é o tempo certo e tudo que chega com ele chega no tempo certo. Então ele não se apressa, mas também não se retarda, ele aceita o que vem, avalia o que recebeu, e sempre busca fazer o melhor que tem. Não deseja o que é do outro e busca aprimorar o que é seu. Isso é servir a Jesus, isso é servir à causa do bem, à causa da nobreza. Então que saibamos reverenciar e honrar a força de onde viemos e neste dia de refazimento de votos nos banharmos não só nas águas físicas aqui expostas e já imantadas, mas principalmente nas águas da renovação do ânimo e da coragem e botar a vestimenta do trabalhador, do trabalhador que sabe a sua hora, do trabalhador que sabe o seu valor, do trabalhador que auxilia o seu companheiro, do trabalhador que não esmorece enquanto houver fome e sede de pão e de justiça no mundo onde habita.
Graças a Deus.