Mensagem do Caboclo Sete Montanhas em sessão de Mesa do dia 06 de março de 2016.
Graças a Deus.
Graças te damos, Senhor Jesus, por mais esta oportunidade de trabalho junto ao povo terrícola;
Graças te damos. Senhor da luz, que derrama todos os dias graciosamente o seu poder sobre todo o povo que habita o planeta azul;
Graças te damos, Senhor dos mundos, pela oportunidade que temos de estarmos debaixo de sua proteção.
Sejamos todos dignos de olhar para ti, de em sintonia orar, conversar e sentir sua presença a cada vez que praticamos o bem, pois tudo que é bom vem de ti.
Aprendamos, hoje, a desenvolver e a agradecer pelo olhar que Jesus tem sobre nós. Aprendamos a entender o que significa o olhar do artista. Todo artista, naturalmente, vê a beleza e a oportunidade do belo em tudo. O que trabalha a argila vê na massa disforme todo o movimento da escultura e da peça que pode modelar, o escultor vendo no bloco de mármore, aprisionada, a figura da sua obra, uma tela em branco é para o pintor um mundo ainda inexplorado que ele próprio desvendará, todas as notas musicais aguardam a maestria do músico para organizá-las e criar uma sinfonia.
Deus é o grande artista. Modelou o universo à sua imagem e semelhança. Tudo no universo é pleno de beleza, de harmonia. Deus vê nos homens obras de arte a serem produzidas; seu olhar ultrapassa a brutalidade da natureza humana ainda em ebulição e vê em todos nós a oportunidade do anjo a se desvencilhar dos grilhões da animalidade. Da mesma forma os mentores veem cada um de seus pupilos; o ser humano em desenvolvimento, a consciência em amadurecimento. Todas as dificuldades, todas as enfermidades, todos os atritos, tudo que causa dor, desassossego são as ferramentas do escultor lapidando a brutalidade da pedra para extrair o que há de belo e encarcerado naquela pedra bruta; é o artista retorcendo, retirando excessos, moldando o barro para dar formas equilibradas; é o pintor com seu pincel mesclando, misturando, apagando, modificando e extraindo beleza e arte de onde os olhos imaturos e não treinados não conseguem ver.
Agradeçamos ao grande criador e artista do universo por cada martelada, por cada dor, pois são os instrumentos de nossa melhora. São a oportunidade de nos tornarmos belos diante de Deus e de nossa consciência. Deus não faz cópias, cada ser humano é único; pela sua existência ele carrega consigo as experiências e a partir do momento em que se torna consciente de si mesmo se torna responsável por transformar seu passado em aprendizado e tornar-se escultor de si mesmo, artífice de si mesmo, modelador de si mesmo. Modelando as experiências lhes dá novos significados. Não se muda o passado, não se vive o futuro; tudo o que temos é o presente para nos modelar e nos aperfeiçoar.
Certa vez um aluno perguntou ao seu mestre, por que ele se sentia diferente de seus irmãos. Pacientemente o mestre pegou três talhas de barro que tinha junto a si. Eram iguais em sua forma, pois haviam sido produzidas na mesma olaria. Solicitou ao pupilo que as preenchesse de água e retornasse.
Retornando com as talhas cheias d’água, o mestre pediu que provasse do interior da água de cada talha. A primeira veio barrenta e imprópria para uso, a segunda ofereceu uma água de sabor amargo, a terceira ofereceu água limpa, fresca, leve. O mestre pediu que retornasse com as duas primeiras tábuas as lavasse e retornasse. Assim fez o pupilo; lavou a talha que continha água barrenta, extraiu toda impureza que havia em seu interior e a preencheu; botou fora a água da segunda talha e também lavou seu interior retirando qualquer resíduo que porventura lá estivesse e retornou com as duas talhas que passaram a oferecer água limpa e leve.
O mestre então explicou ao pupilo. Estas talhas são provenientes da mesma olaria, da mesma fornada, do mesmo barro, do mesmo artesão, mas após sua feitura cada uma teve destino diferente, serviu a propósitos diferentes, teve experiências diferentes que as marcaram e deixaram resíduos de seu uso. Assim é o homem; igual em sua origem, mas suas experiências podem torna-lo uma talha repleta de água turva cheia de rancor e mágoa ou de uma água amarga cheia de tristeza e de fel que impregna os corações devassados pelo orgulho. Para voltarem a ser as talhas originais necessário se faz esvaziar-se de tudo que não nos pertence ou não mais nos pertence; nos permitir ser lavados pelas experiências depurativas e ao mesmo tempo nos permitir ser preenchidos pela água fresca do perdão, do amor por si, pelo outro, pela humanidade para seguirmos em frente com o destino que nos cabe.
Cada ser humano interpreta sua vivência com a bagagem que possui. Cada ser humano necessita, em seu tempo, fazer um estudo sobre o que lhe atrapalha o progresso.
Graças a Deus.