Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos


Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos do dia 12 de março de 2016.

Graças a Deus, que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, que vêm desenvolvendo o hábito de, religiosamente, apresentarem-se em nosso canzó na busca de orientação; no anseio do encontro com a espiritualidade através de nosso trabalho, da ritualística que a casa oferece, através de tudo o que esperam encontrar em um ambiente religioso.

Que possamos firmar o compromisso do trabalho conjunto que sempre traz alegrias, mas que também traz, naturalmente, atritos. É natural que onde haja encontro de seres humanos, cada um com a sua individualidade, cada um com a sua história, cada um com sua presença, cada um com sua vontade. É natural que encontre-se, muitas vezes, desencontros. Tudo isto é visto com muito respeito pela espiritualidade, porque isto é o exercício que leva ao amadurecimento.

É importante para todos os que lidam com a dedicação ao outro, todos os que se colocam em posição de destaque, todos os que lidam com o comando, na formação de mentes, na orientação de pessoas; é importante esta noção de que sempre existirão diferenças e que são elas justamente que fazem o crescimento. É por isto  mesmo que se deve exercitar o não julgar, porque é exatamente isto que Jesus faz com cada uma das criaturas de Deus; é isto que os mentores fazem com cada um de seus pupilos, é isto que médiuns, e qualquer pessoa que lide na direção de almas, deve exercitar para que possa com isto estar em comunhão com o que é singelo, sagrado, sua ligação com a espiritualidade.

É um exercício diário, pois não se exercita isto somente nos momentos de mediunização; isto exercita-se diariamente a cada momento, porque é muito comum, é da natureza do ser humano buscar erros, apontar erros, pois assim se esconde e esconde os próprios erros. Certa vez um professor chamou um de seus alunos para que na lousa exercitasse uma sequência de cálculos. Em cada linha que dividiu a lousa colocou uma conta e chamou o aluno mais inteligente da turma. Este prontamente atendeu e exercitou todo seu raciocínio efetuando com diligência as 10 operações dispostas na lousa, errando apenas uma. De dez errou uma e toda a turma em balburdia só viu o erro “não é ele o mais inteligente?” , “Ele errou!”. O mestre disse “É fácil apontarmos erros. Sim ele errou um, mas e os outros nove que fez com naturalidade e com beleza? Não contam?”.

Assim é a vida do ser humano. Pode o ser humano ter sua vida regrada, reputação ilibada, ser uma pessoa caridosa, ser uma pessoa do bem, mas basta um deslize para que todos lhe apontem o defeito e digam que não presta, pois o ser humano necessita apontar erros para ele próprio possa esconder-se e também os seus defeitos.

É importante valorizarmos a pessoa pelo que ela tem de bom; é importante enxergarmos o ser humano, tal qual vos foi dita na reunião passada, como uma obra de arte em construção. Deus e vossos mentores veem cada um de vocês como obras de arte em potencial. É burilando-se, é com o exercício diário do autoconhecimento é que os filhos poderão se melhorar. Esqueçam a vida do próximo, nesta seara, olhem para o vossos umbigos. Busquem dentro de si o que têm de bom, mas também vejam o que necessita de correção, de aprimoramento, de modificação muitas vezes simples. Quanto mais escondemos algo, mais demonstramos que este algo não é bom, pois se bom fosse mostraríamos a todos. Busquem o que buscam esconder e vejam até que ponto isto realmente vos faz bem, vos engrandece, vos faz ser orgulhosos de si. Muitas vezes repousa ali o germe das obsessões e das insatisfações. Vícios que consomem vosso tempo, que consomem vossa energia e bem nenhum vos faz apenas consumindo energia e tempo.

Antes de apontarem os defeitos dos outros, busquem em vossa lousa interna as somas que são capazes de fazer assim como todas as multiplicações, subtrações e divisões que a vida vos oferece. Que estas contas possam ser efetuadas com dignidade para a dignidade se espelhe em tudo o que fizerem, principalmente em vosso trabalho mediúnico, porque para exercitarmos a mediunidade, necessitamos ter dignidade e se algo que escondemos sentimos que nos torna indignos, busquem melhorarem-se para poderem passar a sentirem-se dignos.

Não é o julgamento do outro que vos fará mal, mas é a própria consciência que julga e vos faz sentirem-se melhores ou piores de acordo com o diapasão em que estejam sintonizados. Cada um sabe de si, cada sabe onde necessita trabalhar; busquem esta correção, esta melhora. Não é necessário irmos a uma entidade, a um oráculo para saber o que fazer de nossa vida. Cada um sabe exatamente o que precisa; basta que perguntem a si: o que eu quero ser a partir de hoje? Após isto tome os passos necessários para ser o que quer a partir de hoje. Ninguém sabe mais de si do que a própria criatura; seus desejos, necessidades, dificuldades, talentos.

É importante recarregarem as baterias nas sessões, mas olhem dentro de si, pois são os vícios que escondem, aquilo que fazem protegido pelo que chamam de privacidade é que pode vos fazer resvalar para o sofrimento, para a tristeza e para as insatisfações. Que consigam higienizar dentro de si, que lidem sempre com a verdade. A verdade incomoda, a verdade nem sempre é bela, muitas vezes traz desassossego e dor quando se apresenta, mas uma vez conhecida ela mostra o exato caminho a se seguir.

Que a verdade recaia sobre vós, que possam encontrar a verdade, serem sempre verdadeiros consigo e com os outros, pois uma vez que a verdade quer surgir nada a impede, tal qual o azeite e a água separa-se a verdade da mentira e a verdade sempre acha seu caminho dure o tempo que durar.

Sejam sempre verdadeiros para serem dignos.

 

Graças a Deus.