Mensagem do Caboclo Sete Flechas em Sessão de Pretos Velhos do dia 01/04/2017.

Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristos esteja com todos vocês.

Que estejam todos se sentindo beneficiados pela simples presença, por aqui estarem em um ambiente voltado para a religiosidade sadia, aquela que vos impulsiona à reflexão sobre si e àquela que busca com que esta reflexão se transforme e  se traduza em atos em vossa vida diária para que esta se transforme. Esse é o poder da religiosidade sadia, não aquela que promete milagres, mas aquela que promete a força e o combustível para que as transformações aconteçam na medida em que o ser humano assim o permita.

A religiosidade infantil é aquela que promete uma transformação que vem de fora, um milagre de um Deus distante e muitas vezes inoperante pela própria incapacidade do ser humano alcançá-lo.  É importante que o ser humano compreenda que Deus habita em si e se Deus é perfeição; a perfeição habita dentro do ser humano basta que o homem permita que a perfeição se traduza através dele, basta que o ser humano busque conhecer-se. Quanto menos se conhece, mais erros o ser humano comete; quanto mais se conhece, mais busca acertar na trajetória de sua existência. E nessa trajetória de sua existência existe um processo de crescimento e de luto, porque a vida de vocês é também uma vida que é vivida com muitos lutos.

Cresce a criança e tem o luto do seio materno; cresce a criança e tem o luto da sua chupeta; cresce a criança e tem o luto dos amigos das escolas primárias e assim o ser humano é acostumado a conviver com o luto.  Alguns lutos são esperados, outros não tão esperados ou desejados. Existe o luto do corpo infantil, o luto na maturidade quando a beleza física começa a ser esvair e entra o ser humano em desespero buscando as mais variadas formas artificiais de manter uma juventude que deve estar na alma e não somente no corpo.  O cuidado com o corpo é importante, mas o cuidado com a alma é muito mais, porque é a alma jovem que dá luz aos olhos, dá força à voz e clareza ao pensamento.  É importante manter saudável a aparência, mas principalmente manter a mente sadia para que se possa seguir sadiamente vivendo no mundo Terra.

É importante como já vos foi dito a experiência do luto.  Filhos quando vão dormir e abandonam o dia de hoje; filhos sempre estão vivendo perdas. Passa que quando as perdas chegam e filhos não as aceitam, os filhos se agarram à dor e quando se agarram à dor optam pelo sofrimento. Quando se agarram à dor optam pelo não amadurecimento. Deus nem sempre se faz compreensível na linguagem do ser humano, mas ele sempre impulsiona o ser humano ao progresso.  É importante que a cada vez que estivermos em uma situação que não compreendemos, devemos parar todo o nosso pensamento em cima da dor, da agonia e da vaidade pelas coisas não estarem como nós queremos  e buscarmos entender qual parte nossa está se fortalecendo com aquilo.  E é ali que está o nosso exercício de crescimento.  Se é a autoestima, se é a vontade de manter-se com sua fé operante, se é o auxilio ao próximo, seja qual for a parte de vosso ego que se está fortalecendo, é ali que está vosso aprendizado e vossa capacidade de seguir adiante com a luta que Deus vos deu.

O luto é necessário e tem que ser vivido em todas as suas etapas.  Na primeira vez que lidamos com uma perda, uma situação que não queremos, nossa primeira reação é a negação: “Não, isto não está acontecendo!” Com o passar do tempo temos a certeza do luto e temos a revolta não aceitarmos aquela situação, mas o amadurecimento nos ensina que devemos passar para nova fase que é a aceitação. Quando aceitamos temos maior visão daquilo que temos e daquilo que restou e com isso temos como reconstruir a nossa vida e seguimos adiante porque o que não é nosso, não nos pertence. Porque se Deus tirou, tirou na hora certa e se estamos em uma situação é porque temos capacidade de solucioná-la.

 Mas enquanto ficamos esperneando contra Deus e reclamando da vida estamos tão somente nos cansando porque a vida é um fluxo constante. Devemos permitir que as águas do rio nos levem para que possamos chegar onde temos que chegar.  Nadar sim, mas a favor da corrente e jamais lutar contra uma correnteza que é muito mais sábia e maior do que nós como é a vontade de Deus.

Pois então que aceitemos as nossas vidas como elas são e que possamos com a nossa inteligência, fazer as transformações que podemos e que precisamos fazer para amadurecer e crescer.

Graças a Deus.