Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos dia 21 de outubro de 2017.
Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde. Todos imersos em tudo de bom que aqui está; que tudo isto sintonizado com vocês possa vos trazer o benefício que buscam e também o benefício que consigam assimilar, pois isto vai da abertura, do consentimento que se dê à ajuda que se quer dar.
Muitas vezes o ser humano se frustra quando, imbuído de boa vontade, tenta ajudar alguém que recusa ou não absorve o auxílio em sua plenitude. Segue o ser humano sentindo-se não valorizado ou de ter perdido o seu tempo; mas é importante que sempre tenhamos a consciência de que nada é perdido e nenhum tempo é desperdiçado quando fazemos algo do qual também nós tiramos proveito. Todo aquele que pratica uma boa ação também se beneficia, tal qual alguém que acende uma vela e também se ilumina; é importante percebermos que todas as vezes em que praticamos uma boa ação, ela sempre retornará a nós em seu tempo, em sua hora e em sua graça. Então o tempo investido na caridade não é um tempo jogado fora. Lamentavelmente nem todos sabem o tempo que lhes dedicamos, mas que saibamos também nós compreender as limitações dos seres humanos para que possam amadurecer. O tempo não é perdido quando fazemos algo que nos faz bem.
Com isso Deus dá a cada um a oportunidade de fazer por si algo de bom, pois deixamos um rastro do benefício que praticamos e a lei do retorno sempre se fará presente, nem sempre no nosso tempo mas sempre no tempo de Deus, o tempo do nosso amadurecimento, mesmo porque quem faz uma boa ação, quem faz uma caridade esperando um retorno imediato não está fazendo caridade, porque a caridade é desprendida, a caridade é isenta de cobrança, a caridade se doa por si. Que saibamos manifestar e exercitar este desprendimento. Nada nos pertence, nossas roupas não são nossas nos ensinou Francisco de Assis ao despir-se diante da cobrança de seu pai e foi seguir sua vida com o que tinha: sua boa vontade de servir ao próximo.
Que tenhamos esta consciência; tudo o que temos nos foi dado por empréstimo, pela benevolência de Deus; qualquer coisa que acumulamos a mais vem do nosso esforço e tudo o que vivemos no mundo Terra é tão passageiro quanto a própria vida neste mundo. Quando queremos o acúmulo de riquezas, o luxo, o lazer, o descanso; tudo isso é válido pois também fazem bem à alma, mas na medida em que fazemos disso a missão de nossa existência, tornamos a existência muito pequena e muito frívola, pois é importante nos prepararmos para sermos distribuidores da boa nova e dos benefícios que através de nós flui. Esta é a missão do ser humano.
Quanto mais retemos o bem que temos, mais nos apegamos e mais nos atrasamos na cadeia evolutiva espiritual que pede, exige desapego e desprendimento para que possamos ceder lugar a outras pessoas também necessitadas de ocupar o lugar que ora ocupamos e que possamos ocupar outros lugares, exercitando os mais variados afazeres e pontos de vista para que com isso crescermos, pois se a vida for vista somente por um ângulo também se empobrece. É necessário que observemos as situações por todos os ângulos possíveis para com isso percebermos as várias faces da verdade e somente a verdade nos libertará. Somente percebendo que nossa visão é estreita, é pequena; somente nos permitindo conhecer nosso próximo e vermos o mundo também com os olhos dele conseguiremos ser mais felizes.
Que possamos com a pobreza apregoada por São Francisco e que não é a pobreza que os filhos apregoam da imundície, da sujeira e do desleixo, mas a pobreza simplicidade, desapego, necessidade de ser livre das amarras sociais e econômicas que nos prendem ao mundo das ilusões. Que possamos nos desprender e nos dedicarmos mais aos nossos semelhantes, principalmente o semelhante que convive conosco porque é com eles que temos laços de compromisso, de aperfeiçoamento, de companheirismo e de progresso mútuo. Sejamos sim companheiros de toda a humanidade, mas percebamos que existe a lei de atração dos semelhantes, a lei do carma que nos colocam onde precisamos estar e precisamos praticar a caridade dentro de casa, sob o teto trazendo ali a compreensão a harmonia e principalmente o perdão para cicatrizar e fazer com que as engrenagens da vida fluam com naturalidade e com equilíbrio.
Graças a Deus.