Mensagem do Caboclo Sete Montanhas em sessão de Mesa do dia 14 de Abril de 2018.
Graças a Deus.
Bendito e louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Graças te damos Senhor criador do universo pelo momento que ora vivemos.
Graças te damos Senhor criador do Universo pelo dia do ontem e por todos os dias anteriores a ele. Graças te damos pelo nosso passado e por todo o caminho percorrido até o momento presente. Seja toda a nossa trajetória bendita, porque cada passo que demos a cada dia vivido nos trouxe até o momento do agora; momento de encontro com a espiritualidade sadia que nos orienta; bendita seja toda nossa trajetória.
Graças te damos Senhor pelo que ainda não recebemos; graças te damos pelo dia de amanhã. Antecipadamente agradecemos por todas as vitórias que precisamos fazer chegarem até nós. Tenhamos hoje a consciência do que somos, de quem somos, para onde vamos e o que queremos, para que o dia de amanha seja mais um passo na direção daquilo que queremos nos transformar e encontrar nessa construção.
Certa feita, um homem cansado de tanto perguntar quem era; de onde viera; para onde iria, rogou ao Pai o entendimento de si e das coisas escondidas para que pudesse ter diretrizes em sua vida. Passou o dia, veio a noite e a resposta veio no sonho que se permitiu ter.
Sonhou que era um pedreiro que trabalhava na reforma de uma casa onde habitava uma família. O casal dono da casa habitava o andar térreo, o casal de avós habitava o porão e o casal de filhos habitava o andar superior. A casa se fundamentava em um terreno úmido que fazia gotejar onde habitavam os velhos, que trazia mofo para onde habitava o casal, que ameaçava subir para onde habitavam as crianças. E o pedreiro buscava selar de todas as maneiras e materiais de forma que a umidade não colocasse em risco a integridade da construção e da família que ali vivia. Quando consertava uma parte a outra já apresentava deterioração, quando conseguia alcançar o seu objetivo da reforma, pouco tempo depois era chamado para novamente consertar porque a umidade era insistente a ameaçava o porão, a base e o sótão. Ele trabalhava incessantemente mais não conhecia os habitantes daquela casa.
Percebeu que drenando o terreno, aproveitava a umidade e conseguia abrir poços e desviar a água para fazer plantações, dando assim utilidade à água que insistentemente umedecia as paredes da residência. Certo dia foi perguntar ao dono da casa porque insistiam em ali viver; porque não se mudavam? Tanto gasto de energia e material na reforma de uma casa que poderia simplesmente ser deixada pra traz e buscarem outra mais saudável, mais aconchegante. Bateu à porta, bateu à porta e sentiu que o tocar dos nós de seu dedos na madeira da porta ecoava dentro de si. Sentiu o coração acelerar na expectativa de que a porta se abrisse. Os gonzos gemeram abrindo a porta de madeira e olhou espantado que a casa era a sua própria casa; notou que o dono da casa era ele mesmo que abria a porta para si e notou que ele era também a dona da casa, que era também o filho, a filha e os avós. Entendeu porque não podia mudar-se pois a própria casa era ele mesmo, sua mente, seu ser, seu corpo, sua totalidade.
A casa em eterna reforma era ele mesmo, tendo no porão as recordações do passado, no pavimento superior os sonhos e planos, a esperança, o futuro, e tendo no andar térreo o seu momento presente. Entendeu porque a família não podia se mudar nem física e nem mentalmente, porque ninguém jamais consegue sair de si.
Entendeu que a umidade que colocava em risco a integridade da construção eram as inseguranças, os medos, os vícios, a vaidade, as dificuldades que ele mesmo criava. E percebeu o quanto assim vinha agindo e começou a entender todas as pessoas com quem conviveu ao longo da vida e percebeu que o desviar da umidade permitiu abrir um poço, criar uma horta, aproveitar o que de bom o terreno tinha percebeu que o excesso daquilo que entulha o crescer espiritual do ser humano pode ser escoado através do trabalho e da dedicação, transformando-se no que for útil. Tudo o que acumulamos em nós, tudo o que somos, o que temos pode e dever ser aproveitado para a melhora do ambiente onde estamos. Entendeu o quanto o ser humano é multifacetado, como atua diferentemente nos vários ambientes em que transita; o chefe algoz exigente da disciplina e intransigente, ao mesmo tempo em que é um feitor no ambiente de trabalho, no templo domestico é pai amoroso, paciente e dedicado. O pai, ausente e inseguro é no ambiente do trabalho e na vida fora do lar pode ser impertinente e maldoso. Faz o ser humano com que a sua energia flua de maneiras diferentes e se comporta de acordo com o que o ambiente lhe propicia e de acordo com a proteção que quer criar para si.
Somente conhecendo-se somente percebendo o que guardamos nos porões da memória e higienizando e valorizando o que temos ali, podemos fazer com que o nosso andar térreo seja mais arejado para que o mofo do porão não polua o ambiente do presente e tampouco obscureça os andares de cima onde habitam as crianças que precisam de esperança e de higiene para crescerem sadias.
Despertou, agradeceu a oportunidade e buscou ser uma pessoa melhor fazendo a tão necessária limpeza e equilíbrio interiores, tendo agradecimento pelo passado, tendo a esperança no futuro e tendo foco, a sua presença onde está no presente para que possa a casa dia estar em sintonia com as três instâncias do seu ser.
Somos a casa que criamos para nós mesmos, somos aquilo que construímos. Ninguém destrói aquilo que nós mesmos optamos por ser. Se a umidade traz insatisfação na casa mental onde habitamos, façamos por onde controlá-la e melhor utilizá-la de forma a ser produtiva transformando medo em trabalho, insegurança em força, vaidade em auto-estima com equilíbrio em amor próprio com equilíbrio. Saibamos dosar as nossas emoções mergulhando dentro de nós, porque ninguém mais pode conhecer melhor a nós do que nós mesmos. Saiamos da sombra, do uso da bengala, da deficiência que nos torna dependentes das orientações de quem quer que seja e assumamos o controle de nossas vidas, de nossas opções.
Graças a Deus.