Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos do dia 07 de Julho de 2018.
Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês nesta tarde.
Reunidos em nome de Jesus, a promessa dele antes de sua partida definitiva ao mundo espiritual de que sempre que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente; e assim vêm os cristãos se reunindo em nome de Jesus em suas variadas formas de culto e religiosidade, mas todas as religiões cristãs colocam-se debaixo da bandeira de Jesus e sempre pregam a fraternidade, a tolerância, o amor ao próximo. Então; todos os que se colocam debaixo dessa bandeira abraçam a responsabilidade de assim pregarem e de assim viverem; caso contrário somente vestem uma máscara de cristãos onde dentro do templo são todo amor, simpatia e perdão, mas no seu dia-a-dia dentro de casa são verdadeiros algozes, esquecendo-se do seu compromisso de automelhora.
Porque é essa a função da religião; fazer com que a pessoa se conheça para que possa se conectar com algo sagrado, porque todo sagrado habita no ser humano e este necessita, de acordo com seu estágio evolutivo, de um culto, de um templo, de um ritual para despertar as forças que se encontram latentes em si para então se conectar com algo além de si. E quando alcançam este nível de consciência mais adequado à vida no mundo espiritual, filhos não precisam de rituais, filhos não precisam de entidades, não precisam de sacerdote, porque cada um é um templo dentro de si em sintonia com o criador e tudo que se faz, tudo que se fala, gestos e olhares destilam o amor ao próximo porque já entenderam que o ego demasiadamente adulado adoece e até enfraquece.
É importante que tudo aquilo que fazemos seja voltado para o coletivo, para aquilo que está à nossa volta, iniciando o coletivo com o próximo mais próximo. Dentro de casa muitas vezes se elegem as coisas para si: Isso é meu! Isso me pertence! Precisamos entender que nada é do homem, tudo lhe é dado por empréstimo e tudo lhe é dado para que utilize para seu crescimento. É a posse que nos prende ao sofrimento, é a posse que nos prende ao egoísmo, é a posse que enferruja os nossos relacionamentos. Precisamos dilatar a noção do que é nosso: É nosso, é de Deus! Precisamos da privacidade e isso é certo, mas não podemos nos apegar à materialidade. Tudo que fica na Terra após a partida do homem não lhe pertence. Só levamos conosco aquilo que se sedimenta na alma: os bons sentimentos, os relacionamentos, os pensamentos, tudo que enriquece a alma e abre os canais de comunicação com Deus. Isso sim pertence ao homem e a todos aqueles que com ele comungam da mesma historia, mas o que é material e que se decompõe, o que pertence ao mundo pesado da matéria, tudo isso é um empréstimo da vida para que seja um instrumento de vossa melhora.
Quem muito tem, tem mais responsabilidade do que quem pouco tem; quem muito tem é responsável por auxiliar quem pouco tem. Quem pouco tem é responsável por aprender, a desenvolver as suas forças. Cada um no mundo de Deus tem uma função a cumprir, uma missão a exercitar, algo a aprender. O importante é que sejamos todos companheiros de jornada e vermos cada um que transita em nossas vidas como oportunidades de nosso crescimento.
É importante que saibamos usar o dom da palavra que Deus nos deu para que possamos fazer deste um instrumento poderoso de utilização para o nosso aperfeiçoamento. Usamos a palavra muito pouco ou usamos a palavra muito mal. Precisamos usar a palavra para levar o esclarecimento e não usar o verbo, o dom da comunicação para disseminar a mentira, disseminar a discórdia. Se algo que chega a nossos ouvidos não nos agrada ou não nos pertence, precisamos passar pela peneira da verdade se aquilo realmente cabe levar adiante, se aquilo realmente cabe guardar para si. E a partir daí então com a nossa capacidade de discernimento levarmos adiante, ou calar e sepultar assuntos que merecem ser sepultados porque nada de bom trazem ao ser humano. A partir do momento que temos este discernimento utilizamos o nosso tempo e nossa palavra com muito mais eficácia, com muito mais direcionamento, com muito mais saúde nos relacionamentos. Saibamos usar a palavra com diretriz, saibamos usar o conhecimento com diretriz, porque tudo isso agrega responsabilidades ao mentiroso, ao que escuta, ao que semeia, ao que faz a mentira crescer mais.
Que saibamos aproveitar o momento que habitamos entre o berço e o túmulo para que seja um momento a ser honrado e agradecer pelo tempo que estamos aprendendo e fazendo dessa vida uma oportunidade útil a todos nós.
Graças a Deus.
Mensagem do Caboclo Sete Flechas em final de sessão de Caboclos no dia 07 de Julho de 2018.
Graças a Deus
Chegamos ao final de mais uma sessão de terreiro, mais uma etapa de vosso trabalho realizado, mas voltamos a lembrar tudo o que falamos no início dos trabalhos de hoje, onde falamos da importância da fala do ser humano, da sua função enquanto ser humano, enquanto representante de Deus no mundo; porque cada médium, cada pessoa é uma centelha do divino que se faz presente no mundo. Mas assim como a fala é uma grande ferramenta para que filhos entendam melhor, a língua tanto é o melhor pedaço de carne como o pior, dentro do corpo do ser humano.
Lembramos a história de um servo que trouxe ao seu senhor, conforme pedido que fosse ao mercado e trouxesse o melhor pedaço de carne e trouxe uma língua, cozinhou e deu para ele se alimentar. Depois no dia seguinte foi pedido que trouxesse a pior carne para que o senhor a conhecesse e ele trouxe outra língua. O senhor perguntou: Mas ontem eu lhe pedi a melhor carne, hoje a pior e trouxeste uma língua nos dois dias. O servo disse: É verdade, a língua tanto é a melhor parte como a pior carne. Usada para o bem pode desenvolver, trazer informações valiosas, disseminar a verdade, fazer a caridade, usada desta forma é o melhor pedaço de carne; mas quando a língua se presta à mentira, à disseminação da discórdia, do afastamento entre os seres humanos, ela é a pior carne que há.
É importante que filhos, principalmente os que professam uma religiosidade, especificamente os que professam a religiosidade dentro de nossa casa, passem a usar a sua língua para trazer a verdade e a concórdia. Não utilizem a língua nem para reclamar do outro mesmo que estejam certos, porque se filhos começam a reclamar do outro e o que ele faz de errado, sem auxiliá-lo a se melhorar, estão reforçando aquilo que ele faz de errado. Usem a língua para orar por este filho para que esse melhore; e não deem mais combustível a uma fogueira que necessita ser extinguida.
A cada vez que filhos reforçam um mau comportamento comentando sobre ele ou reclamando dele, espalhando ele em qualquer lugar que seja; seja na privacidade de vossos quartos ou na solidão de vossas comunicações, filhos estão compactuando com a disseminação da não caridade e responderão, mais cedo ou mais tarde, por isso. É por isso que existem as obsessões, as tristezas em excesso, as dores de cabeça; tudo isto provem do mau uso de vossas energias. A cada vez que o ser humano se afasta de Deus ele encontra o sofrimento, a cada vez que o homem se alinha com Deus ele encontra a tranquilidade. Não importa o que o outro faz, importa o que cada um faz.
Que filhos possam ser melhores em relação a si mesmos. Não apontem o erro do outro, busquem os próprios erros e os corrijam. Sejam hoje melhores do que foram ontem, busquem ser amanhã melhores do que estão sendo hoje. É essa a tarefa de todos que se alinham a uma casa de Umbanda, porque o Orixá é justo, o Orixá é correto, o Orixá não protege a falta de caridade e a falta de amor ao próximo.
Que filhos possam encontrar dentro de si os próprios limites e que possam ser reconhecedores de que cada um responde por seus atos e que a casa responde pela diretriz. Confiem na casa a qual confiaram suas cabeças e deixem de lado as picuinhas e as coisas pequenas que só trazem desavenças em uma casa espiritual.
Graças a Deus.