Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos em homenagem Obá do dia 28 maio de 2022.


Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus tal qual o costume criado desde os tempos de Cristo entre vós, que espalhou sua doutrina e que congregou seguidores e perseguidos que foram. Estes seguiram se encontrando no anonimato nas catacumbas, nos escondidos, na certeza de que sempre que se reuniam para falar dele ele estaria presente, porque ao falarmos de alguém, ao lembrarmos de alguém, esta pessoa se faz presente.

Então que saibamos manter Jesus presente em nossas vidas não só falando a sua mensagem, mas vivendo a sua mensagem e também passemos a honrar os antepassados, nossas próprias raízes, pessoas que nos trouxeram até o dia de hoje. Honremos sua presença entre nós, através do reverenciar os seus atos de bondade, os seus atos que trouxeram e que agregaram valor às nossas vidas. Porque defeitos todos temos; saibamos observá-los, mas principalmente saibamos agradecer pelo ensinamento que nossos antepassados nos deixaram, porque não fosse o seu esforço, não estaríamos aqui hoje.

E assim também como nós esperamos que nosso esforço siga levando pessoas adiante e que nos honrem, porque a morte tal qual filhos entendem, como aniquilação, como desaparecimento, só existe quando deixamos de ser lembrados, deixamos de ser cultuados. Quando nossa memória já não faz falta, quando tudo aquilo que fomos não interfere e nem faz eco em lugar nenhum do mundo; esta é a verdadeira morte. Mas quando nos transformamos e quando fazemos diferença na vida dos outros tal qual outros fazem em nossa, seguimos sendo vivos na memória e nas ações e perpetuando a nossa presença com os ecos sadios que causamos no mundo.

Disse Jesus: “Deixai vir a mim os pequeninos. Nos vos embaraceis porque deles é o reino dos céus. Por pequeninos Jesus referiu-se não só as crianças que os pais moldam de acordo com aquilo que sabem e transferem a seus filhos, porque a criança é como uma folha em branco e o adulto ali escreve através de seu exemplo tudo aquilo que a criança será no futuro. A criança está pronta para ser moldada, ávida para sê-lo. E o que Jesus pediu é que fôssemos como crianças para ele. Que fossemos sem preconceitos, sem pré-conhecimentos, completamente abertos ao aprendizado que ele tem a nos trazer, porque quem tudo sabe não precisa aprender mais nada. E aquele que caminha com Jesus precisa entender que pouco sabe, do muito que sabe diante da sabedoria desse e de todos os mestres ascencionados é muito pouco.

Então que pratiquemos a humildade sincera. O isentarmos da vaidade que nos isola do conhecimento, porque a vaidade penetra nos ambientes, polui relacionamentos, destrói templos, matrimônios e amizades. 

Que possamos entender que a vaidade já conhecida, ostensiva daquele que se alardeia melhor que todos, esta é a mais fácil de ser combatida porque evitamos o vaidoso, confrontamos o vaidoso, mas a vaidade silenciosa, que sobressai através de disfarces, esta precisamos estar atentos para nós mesmos. Porque o excesso de humildade é vaidade, o excesso de melindre é vaidade. Todos os excessos carregam em si a vaidade corrompendo o caráter e afastando o bem da criatura.

Que saibamos entender que quando dizemos “nada sei”, precisamos realmente viver no nada sei e buscar o conhecimento, sabendo que ao sabermos um pouco mais, seguiremos sabendo pouco, porque o conhecimento comparado ao grande oceano é uma canequinha com a água do oceano.

Então que saibamos reverenciar a sabedoria de Deus que nos coloca onde precisamos estar para aprender, para sermos úteis e seguirmos servindo, porque quem serve com Jesus, serve com leveza, sem exigências, sem apontar erros, reconhece os seus, reconhece o do outro, mas busca amenizar todo esse relacionamento na busca eterna de servir aprendendo, servir buscando no outro o melhor que ele tem, porque a cada vez que apontamos que tal pessoa está cometendo erros ou atrapalhando em tal coisa, nós também estamos de alguma forma deixando de fazer o nosso trabalho para apontar o erro do outro. Então que cada um assuma o seu fazer, o seu aprendizado, para que possamos através da humildade sincera extirpar a vaidade nas pequeninas coisas porque quem muito se rebaixa e alardeia que rebaixa é vaidoso.

Então que saibamos entender aonde está o nosso excesso, aonde está a nossa dor, aonde está o que nos incomoda, o que nos tira do nosso prumo, porque com certeza a vaidade está sendo tocada e nos tirando do foco que precisamos ter para seguirmos adiante, porque a vaidade ostensiva essa nós já conhecemos, mas a vaidade silenciosa, essa precisamos buscá-la, reconhece-la, respeitá-la e buscar trazer pra fora de nós o melhor que temos com humildade sadia e sincera para seguir adiante, porque as águas bravias evitamos por natureza, mas as águas mansas, essas podem fazer soçobrar nossas embarcações de uma hora pra outra.

Graças a Deus.