Graças a Deus.
Bendito e louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Filhos deveriam ver como reverbera na espiritualidade esta invocação quando dita com a real convicção e a real sinceridade, louvando a figura de Jesus.
Sempre se diz que pra cuidar do outro antes precisamos cuidar de nós, mas da mesma forma que dizemos “eu te amo”, “você é meu amigo” tudo isso se esvaziou, porque tornaram-se palavras, tão somente palavras. Quando dizemos: “Bendito e louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo” e o outro responde “Para sempre seja louvado” como chaves de uma oração que se encadeiam como um mantra e atraem tudo de bom; mas filhos hoje falam que gostam, que querem e que são amigos muito mais por um protocolo.
Para cuidar do outro eu preciso cuidar de mim e os filhos confundem o cuidar de mim com o egoísmo, e não é isso que a espiritualidade espera de alguém que se prontifique a cuidar do outro. Cuidar de si não é pensar só em si. Amar a si não é querer tudo pra si. Como também quando eu digo que cuido do outro e que me disponibilizo a cuidar do outro, mas em momentos sutis, quase imperceptíveis o ego grita e eu digo “isso é meu”; “Eu cuido de você, mas isso é meu”. Então precisamos novamente voltar a tudo do começo. O que é cuidar de mim e o que é cuidar do outro?
Das criaturas de Deus o ser humano é a mais difícil. Das criaturas de Deus a diferenciação das histórias e de pensamento que deveriam funcionar como a diferença que busca fazer a união e o respeito, ainda não chegou lá. Como cuidar de mim? Qual o caminho? Que filhos saiam daqui pensando como cuidar de cada um. Que filhos possam sair nessa última reunião de Pretos Velhos pensando sobre o que é a humildade e sobre o que é trabalhar com Jesus.
Jesus bate às portas de todos os corações todos os dias, mas a porta que Jesus bate só se abre por dentro. Não adianta Jesus bater, não adianta ninguém bater porque nesta porta tranca vem de dentro. Jesus, e qualquer um, só entram em vosso coração quando o ser humano abre. Por enquanto é mais fácil abrir as portas para outras coisas que não Jesus. O máximo que Jesus faz é observar pela fresta e aconselha: aquilo está bom! Cuidado com aquilo! Mas escancarar a porta e deixar que Jesus entre, poucos fazem. E quando ele entrar aí sim, cuidarão de si. Estarão prontos a cuidar do outro.
Todo exercício que fizemos de mediunidade até hoje, a incorporação, riscar ponto, dar passe, se formos comparar o exercício mediúnico a um mergulho nos mistérios da mediunidade e da religiosidade, estamos somente na superfície brincando com as espumas da água, mas penetrar no fundo e se permitir afogar nessa água saudável que Jesus oferece, afogarmo-nos com Jesus, isso é abrir o coração. É realmente pensar muito mais no outro do que em si, porque quando pensamos mais no outro do que em si, já cuidamos tanto de nós que é natural o dizer não e o dizer sim. É natural dizer talvez e não termos dúvidas.
Então que o cuidar de si não seja comparado ao egoísmo, que o cuidar de si seja um exercício. Um exercício, um preparo, de auto cuidado, porque quem cuida de si não se envolve com aquilo que sabe que vos faz mal. Quem cuida de si sabe o momento do trabalho e do repouso, quem cuida de si sabe que cada um passa por aquilo que a vida trouxe e aceita e não permite que o sentimento da pena e da dó nos paralise e nos envolva em estados mentais que não nos adiantam de nada. O cuidar de si é trocar a roupa da alma, é se vestir com o melhor que tem, sabendo que o melhor que tem não é o brilho, não é querer impor-se ao outro. O cuidar de si é a sementinha que se permite crescer.
Então que cada um cuide de si. Mas cuide de si, permitindo que o coração se abra e que Jesus inunde todos os presentes. Mas isso se faz todos os dias e não só aos sábados à uma da tarde. Esta porta tem que estar constantemente disponível para a chegada de Jesus, porque ele vai bater nas horas mais improvisas e ai saberemos quando ele entrou.
Graças a Deus.