Graças a Deus.
Que a paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde.
Que possamos estar permitindo-nos este encontro com a espiritualidade sadia através, da abertura por dentro, dos corações e mentes para que a sintonia venha de plena, venha natural e que venha coesa, sempre a partir da permissão de cada pessoa aqui presente.
Fazemos nossos encontros periodicamente, cada um na expectativa do encontro com a espiritualidade. A espiritualidade também na expectativa de que esses encontros frutifiquem em cada um de vocês; que possam despertar em vocês tudo que é necessário agregar e trazer desenvolvimento saudável de vossos potenciais, porque tal qual um terreno onde é possível qualquer tipo de plantação, assim é o ser humano. Na medida em que o dono do terreno cuida dele e pode separá-lo em pequenas áreas e cada parte desse terreno se dedicar a um tipo de colheita, com carinho, com dedicação, com a cura necessária de retirar o que é daninho, protegendo as ervas tenras de excessiva luminosidade e intemperança do sol; também pode o dono do terreno deixa-lo abandonado e deixar qualquer tipo de mato ali crescer, ou qualquer pessoa vir se apossar.
Assim é a mente do homem, assim é o vosso coração. Precisamos entendê-lo como um terreno pleno de possibilidades de todos os tipos de plantação. Plantas medicinais, plantas ornamentais, plantas venenosas, mas na obra de Deus não existe o erro e não existe coisa que não tenha sua utilidade. Então não é porque uma erva é venenosa que ela é ruim, o que precisamos fazer é entender para o que ela serve, porque pequenas doses de veneno podem transformar-se em um remédio para cada tipo de enfermidade existente. Então não existe coração nem mente que não seja capaz de produzir algo que não seja útil. O que precisa é que o possuidor desse coração dessa mente, tenha a responsabilidade para que possa dele fazer algo que seja útil, porque a utilidade ou não desse terreno, desse coração, dessa mente, tudo aquilo que ele produzir será responsabilidade do seu possuidor. Então que o homem entenda quão efêmera é o momento de encarnado. Vivemos décadas para que percamos o tempo com pequeninas coisas. Criamos muitas vezes “plantinhas” que não levarão a nada. Algumas sim, mas em contrapartida, em comparação com toda possibilidade que um terreno tem; precisamos abrir nosso coração e entender que a encarnação é muito mais do que viver somente para nós.
Falamos muito em liberdade, em fazer o que dá prazer, em viver a vida com aquilo que dá alegria. Tudo isso é saudável, mas não podemos só viver daquilo que dá alegria, daquilo que traz o prazer; porque a morte, a enfermidade e a perda também fazem parte do crescimento do ser humano. Precisamos encará-los como naturais e como fazendo, agregando conhecimento também à nossa existência. Não podemos passar pela vida como se estivemos numa eterna festa, somente com os brilhos e com alegrias, com as vitórias; porque para sermos vitoriosos precisamos conhecer cada momento da luta e cada momento de derrota também, porque eles agregam valor e coragem e conhecimento aos corações que vivem com intensidade cada momento da vida.
Então que cada sentimento, cada aprendizado possa agregar em cada um de vocês essas ferramentas necessárias ao vosso crescimento. Fala-se muito em liberdade, mas se esquece que a liberdade tem a sua companheira de igual tamanho e igual força que é a responsabilidade, para que possamos ter como responder por tudo o que fazemos com nossa liberdade e com nosso tempo. Falamos muito em liberdade, mas não falamos do que queremos ser livres; porque se queremos ser livres de tudo e de qualquer coisa que nos atrapalhe a vida podemos estar abrindo mão de coisas que nos prendem à saúde moral, à saúde mental; porque não podemos ser livres do amor ao próximo, não podemos ser livres da justiça de Deus, não podemos ser livres de responsabilidades que temos que responder. Então quando queremos ser livres precisamos falar do que queremos ser livres e se realmente esta liberdade nos fará bem. Devemos ser livres do que aprisiona nosso crescimento enquanto seres humanos. Livres do vício, livres da maldade, da ignorância, livres da preguiça, isso sim prende o ser humano. A maior escravidão é quando o homem não sabe do que ele é escravo, porque serve a um senhor que lhe domina e que lhe faz uma marionete durante a sua vida.
Precisamos ter o autoconhecimento para que possamos entender o que em nós nos atrapalha e fazer disso que nos atrapalha um degrau de nossa evolução, porque não há erro na obra do criador. Todos os nossos sentimentos, todas as nossas inclinações não devem ser jogadas para baixo do tapete porque o outro diz que é feio. Precisamos saber porque é feio; o que fazemos quando ninguém nos observa e aí sim começaremos a utilizar nossos potenciais e habilidades e desejos para o nosso crescimento sim, porque fazem parte de nós.
Não existe feiura, nem erro na obra de Deus, seja em qualquer plano, o plano físico, o mental, o emocional. Não existe erro na obra da criação. Ninguém nasce errado, ninguém ama errado, ninguém age errado. Muitas vezes não sabemos utilizar o nosso sentimento de maneira adequada que nos faça crescer. Na medida em que temos este conhecimento conseguimos movimentar-nos no mundo de maneira saudável e livre. Livre de atropelos, livre da vergonha, livre de qualquer coisa que nos embarace diante do espelho, porque na hora em que não conseguimos encarar quem nos olha no espelho precisamos de muito cuidado e de muitas terapias espirituais e materiais para conseguirmos ir adiante. Não existe erro na obra de Deus.
Que saibamos também lidar com a mágoa e com a vaidade, porque a cada vez que temos mágoa de alguém ou de uma situação, essa também tem uma irmã que é a vaidade de igual tamanho e de igual força. Maior é a nossa mágoa, maior é a nossa vaidade, menor é o nosso autoconhecimento. Então que possamos olhar para dentro de nós e encontrarmos o motivo de nos perdoar e principalmente o motivo de fazer o amor falar mais alto, e conseguimos encarar os semelhantes, principalmente aqueles que apontam os defeitos, que nos magoam como artífices de nosso próprio sentimento, porque quando alguém nos diz que somos errados, que fazemos isso ou fazemos aquilo, quando temos o autoconhecimento necessário para reconhecer e nos mantermos firmes, não precisamos dar justificativas a ninguém. Seguimos a nossa vida porque sabemos o que fazemos, o que queremos e quem somos e a partir daí vamos nos respeitando e fazendo de todo relacionamento oportunidades de crescimento e de alegria.
Então que possamos lutar contra a liberdade a qualquer preço e sermos realmente trabalhadores de uma liberdade que nos faz crescer e que possamos nos livrar da mágoa excessiva para que possamos também aplacar a vaidade que atrapalha o crescimento dos relacionamentos necessários à nossa vida em comum.
Graças a Deus.