Mensagem do caboclo  Sete Flechas em sessão de boiadeiros em 14 de setembro de 2024.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Deus, e que se reúnem em nome do próprio Jesus e disse ele que toda vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome ele estaria presente.

Então tenhamos a convicção de que a cada vez que nos reunimos em nome da caridade, Jesus se faz presente, porque tudo que ele viveu em sua trajetória entre os encarnados, em seu tempo, foi a prática da caridade, foi doar-se a todas as criaturas que por ele procuravam fazendo o que era possível dentro da época que vivia, dentro da sua consciência, espalhando os benefícios que podia e jamais vivendo pra si. Porque sabedor dos poderes que tinha, viveu disseminando, espalhando os benefícios que podia e este deve ser o papel de toda criatura que é imbuída de poderes. Não importa se é um médium repleto de potencialidade, não importa se seus poderes são mais tímidos, o que importa é que todo poder pode ser despertado. Todo poder pode ser desenvolvido tal qual se desenvolvem músculos no corpo, tal qual qualquer exercício predispõe o ser humano à melhora da sua atuação no mundo em que se busca o desenvolvimento. Assim são os poderes, assim é a boa vontade, assim é a capacidade de amar, porque a cada vez que nos dedicamos ao outro; ampliamos a nossa sensibilidade, ampliamos a nossa capacidade de sermos úteis e até de nos conhecermos. A viagem para o outro requer também uma viagem dentro de si, mas uma viagem criteriosa espalhando os bens que podemos e separando internamente o que é vaidade, o que não é, o que é nosso, o que pode ser do outro., 

Certa feita ao ser chamado para seguir Jesus um jovem pediu para que antes pudesse enterrar seu pai e a resposta de Cristo foi: “deixai aos mortos que enterrem os seus mortos”. Porque existem pessoas que não necessariamente estão mortas no sentido da perda da vida em seu corpo; o desenlace do espírito na vida espiritual, mas há pessoas que de tanto se afastarem do mundo, de afastarem-se do outro, de serem inúteis, de só estarem voltadas para seus problemas, de nunca ter tempo para ninguém além da sua própria vida; estas pessoas estão mortas, porque vivem somente para si. Então deixai aos mortos que entreguem os seus mortos, aqueles que não mais participam da vida em comum, da vida em família, da vida no templo, da vida que bota filhos para a vida para o crescimento, para estar com o outro para partilhar alegria, para partilhar a dor, resolver problemas, isso é a vida. 

A vida não é só celebração mundana, também não é só alegria e regozijo, também tem perdas, os seus lutos, os seus fracassos. Tanto a alegria quanto a dor, quanto a vitória, quanto o fracasso, modelam o caráter do homem esteja ele em que plano esteja. E todo homem, toda criatura humana, que se fecha em si e não quer e não pode e não predispõe seu tempo para o auxílio do outro, principalmente o próximo mais próximo, esta pessoa esta morrendo. Morrendo para a vida que precisa viver. Então precisamos despertar em nós a boa vontade, a capacidade de encontrarmos tempo sim para o auxilio do outro. Para abrir as portas do coração e permitir que a caridade flua. Porque é ela que nos faz sentir vivos, não há maior prazer para um espírito endividado do que sentir-se útil.

Então que saibamos fazer com que nosso tempo de encarnação seja útil, seja pleno. Não estamos convidando filhos a fugirem dos próprios problemas, a deixarem vossas vidas e vossas casas, e vossas famílias ao Deus dará, porque estão seguindo a caridade, mas observem aonde podem e aonde precisam ser úteis. E não raro a vossa utilidade está no próximo mais próximo, no que compartilha vosso leito, vosso teto e vossa vida. Ali estão os seus laços encarnatórios; a lei de afinidades ali os colocou. Então que saibamos reconhecer a sabedoria de Deus e agradecer pela família que temos, pelo círculo que está à volta de nós, porque onde está a nossa dificuldade, ai está  o nosso chamado. Onde está o nosso medo, ai está a nossa necessidade de preparo. E não façamos disso sofrimento, nem bandeira e lamentações, mas nos armemos com coragem, com boa vontade e despertemos para a vida que nos chama ao progresso e à reformação.

Graças a Deus.