Mensagem da Preta Velha Vovó Maria Redonda em final de sessão de Pretos Velhos do dia 05 de fevereiro de 2022. Homenagem a Iemanjá e Omulú.


Graças a Deus pelo dia de hoje.

Que Iemanjá e Omolú sigam coroando vossa caminhada. 

Devagar também é pressa! 

Preto velho anda devagar e é por isso que todos que com ele caminham estão sempre no seu aprendizado, não se retardam, estão sempre em avanço continuo e constante. A vida é aprendizado constante.

Muitas vezes a vida é tempestade e precisamos nos abrigar de tudo aquilo que está, como o vento, magoando a pele, magoando a carne, cegando o olho. Então buscamos um abrigo até que a ventania serene.

A vida às vezes é vento brando que sopra e nos impulsiona e os barcos estão serenos no mar, fazendo a sua pescaria e tudo corre com tranquilidade.

A vida às vezes é calmaria. Todos os barcos buscam o cais porque não há vento e nós também vamos caminhando, a canícula do dia atrapalha, o sereno da noite incomoda.

Precisamos estar atentos e observar as necessidades de mudança de rumo de todo aprendizado e quem caminha com preto velho vai observando com a sua sabedoria, com a sua paciência, aprendendo a ser digno, aprendendo a ser fiel, aprendendo a calar-se e a falar. 

Há tempos de tudo. Há tempos de aprendizado e de tão somente ensinar. Fazer com que a vida seja como um jogo de xadrez que filhos têm que desmembrar estratégias para que possam alcançar seus objetivos. Não existe ser humano no mundo que tenha nascido com a missão de sofrer; existe ser humano no mundo que nasceu com a missão de aprender. Aprendemos com a dor, aprendemos com a alegria, aprendemos com a convivência, muitas vezes aprendemos na reflexão do silêncio, mas a vida é sempre aprendizado. Qualquer dor, qualquer sofrimento é aprendizado. Quando aprendemos, calçamos o sapato de maneira diferente, colocamos um calço, um curativo e esse não magoa mais; aprendemos aonde aperta o calo e assim a vida vai seguindo nos ensinando e fluindo.

Deus coloca cada um no seu lugar onde tem que estar para servir e para aprender. Se aqui estamos hoje é porque a vida aqui nos colocou. Louvemos a vida pelo dia de hoje, se alguém falta hoje a vida colocou ele em outro lugar pra lá ser útil, louvemos o trabalho dessa pessoa lá aonde está, porque lá é onde ela precisa estar. Que todos esses pequenos ensinamentos filhos consigam ir esmiuçando e aprendendo.

Um trabalho de um corpo mediúnico, um terreiro nasce para atender seus filhos. Não é egoísmo, não é segregação, porque as pessoas buscam os terreiros que são hospitais espirituais para serem tratados e o remédio da enfermidade que o médium tem é o servir. O remédio para o médium ser melhor é servir. Não é fazer quartinha, não é botar guia no pescoço, não é riscar ponto, não é ser dirigente, não é ser cambono, não é ser mãe pequena, isso são consequências da vossa vivência em um terreiro. Filhos estão aqui para se tratarem, para aqui verem vosso espelho o que precisam adequar-se para serem melhores e o exercício desse aprendizado é a consulta que dão. Porque quando a pessoa se dedica para o outro tal qual Iemanjá no mito que lhes foi contado hoje encontra sua missão. A assistência é uma consequência daquilo que filhos fazem aqui.

Então que filhos busquem a vossa casa para que possam se tratar, para que possam encontrar aqui arrimo e lá fora experimentar isso tudo. Ninguém aqui é santo, ninguém aqui é escolhido, ninguém aqui é melhor que ninguém. São todos enfermos se tratando com o remédio do servir. Então que a partir dai se desmistifique a missão de ser médium, mas também não se coloquem na postura de enfermos, não se coloquem na postura de sofredores, coloquem-se na postura de seres humanos para que como seres humanos aprendam a ser médiuns melhores e vossa vida fluirá com mais dignidade.

Graças a Deus.