Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos do dia 22 de abril de 2023. Homenagem a Ogum e comemoração de 48 anos do CEJV.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus. Em que mais uma vez repetem o ritual dos cristãos originais que se reuniam nas catacumbas, na clandestinidade, revivendo e rememorando as palavras de Jesus que deixou seu legado de perdão, de harmonia, de tranquilidade a partir do bem que se faça, na certeza de que a obra que fazemos é que nos traz a tranquilidade e a paz; e não algo exterior.

Porque o pacificador, este já carrega a paz consigo. Ele não busca a paz, porque busca a paz os que vivem em guerra, os que vivem em desequilíbrio. Estes buscam paz e sossego porque não têm e porque estão eternamente necessitados de algo que os relembre o que dê descanso para suas mentes conturbadas, pela dúvida, pela mágoa, pelo ócio.

Mas aquele que traz a paz em si, traz o amor em si não busca nada, porque já está pleno, busca trabalho para que possa fazer de si um veículo, um receptáculo da tranquilidade que tanto buscam, mas para chegar a esse estágio precisamos labutar tal qual um grande ferreiro que na sua forja e na sua bigorna vai moldando o metal, ora aquecendo na brasa, ora mergulhando em liquido frio e martelando e moldando aquela matéria necessitada dos golpes, da temperatura e da forja, para que possa adequar-se e possa enrijecer-se e que possa modelar-se de tal forma a ser útil.

Assim somos nós nas labutas de Deus nas várias encarnações, ou dentro de uma mesma, passando por tudo aquilo que é necessário. Mas quem traz o amor e a certeza abraça tudo isso com carinho, com humildade e segue adiante. E é por isso que dizemos que disse Jesus: Conhece-se a árvore pelo fruto. Notem que o solo é o mesmo, mas a mangueira só dá manga e roseira só dá rosas, mesmo assim brancas, ou vermelhas ou de que cor seja a sua consistência. Cada um dá aquilo que consegue transformar, aquilo que do mundo tira.

Então que consigamos aprender com a natureza de que o solo é o mesmo, a vida, o ar, o ambiente que estamos serão os mesmos pela lei da sintonia e de atração de semelhantes, mas nós daremos ao mundo aquilo que já estiver dentro de nós. Que saibamos ser portadores da seiva boa para que possamos oferecer os frutos e o material tão necessário à melhora do mundo à nossa volta.

Jesus disse que ele era o ramo e que nós somos as suas varas. Que possamos de um mesmo ramo levar a seiva tão necessária de amor e de tranquilidade onde quer que estejamos. Que aprendamos a nos reformular, porque uma mangueira será sempre uma mangueira, uma roseira será sempre uma roseira; mas o ser humano, este com a sua alma, com a sua inteligência, com a sua boa vontade, com a sua capacidade de adaptar-se e de moldar-se, este conseguirá modificar a sua seiva na medida em que se permita alimentar de perdão, de autoperdão, de amor, de doçura, de valores nobres engrandecedores da alma. E sairemos então da posição de pedintes, de mendigos espirituais para a posição de doares e de cooperadores com Jesus e com todos os mestres que tanto zelam e oram pelo mundo adoecidos em que vocês vivem.

Que saibamos engrandecer a seiva que temos nos reciclando, nos moldando, nos aperfeiçoando na forja que Deus diariamente a cada um; a própria vida. Que a vida se encarregue de moldar, mas que nós nos encarreguemos de ser dóceis com a forja da vida com maior gratidão, com maior empenho e com maior perdão, por si principalmente, que assim conseguiremos nos moldar e elevar a nossa vibração e por conseguinte tudo a nossa volta se modifica, nem que seja o modo como olhamos as coisas, e passaremos a ter maior gratidão e o melhor uso de tudo aquilo que o mundo nos oferece.

Graças a Deus.