Mensagem do caboclo Sete Flechas em sessão de caboclos do dia 25 de janeiro de 2025. Homenagem a Oxossi.


Graças a Deus.

Que a Paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos, nesta tarde, em que não só nos reunirmos em nome de Jesus; que disse que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome, que ele estaria presente. Retornamos aos nossos afazeres, à nossa cotidianidade, à nossa rotina mediúnica, na expectativa de que com ela haja o amadurecimento das criaturas que seguem o nosso templo; porque todo exercício mediúnico é válido, porque todo exercício sempre traz algo de aprendizado, mas dizemos, para que matutem, que o exercício mediúnico, ele é muito mais válido quando vem acompanhado do amadurecimento pessoal da criatura.

Não adianta uma criatura sensível ao mundo espiritual, capaz de veicular mensagens do alto, de praticar a caridade através do seu corpo, emprestando-o para que as energias através dele fluam e levem lenitivo e levem muitas vezes cura a quem precisa, se ele nada aprende com tudo isso, se é só uma marionete que se deixa manipular e que se nega ao aprendizado e ao uso de tudo aquilo que ele mesmo é veículo. Então o desenvolvimento mediúnico precisa vir acompanhado do amadurecimento pessoal, para que a criatura faça sua encarnação valer a pena; para que o médium, ao olhar para traz na linha do tempo, olhe por cima de seus ombros e diga: Quanto eu cresci! Quanto a humildade me fez bem! Tudo aquilo que passei, as horas de dedicação, não foram apenas sacrifício, mas principalmente me fizeram crescer, me impulsionaram.” É isto que se espera que um médium diga ao final de sua jornada no mundo, para que possa ter valido a pena a sua missão, e não somente ter assumido um compromisso porque precisava prestar a caridade. Praticava uma caridade de: Pronto, trabalhei! Vou pra casa, graças a Deus! Estou deixando de estar com minha família, estou deixando de me divertir, mas preciso praticar a caridade!

Nada disto ensinou nada! Os momentos que esteve com a família espiritual, com a família de seu templo. O que de bom levou? Porque se alguém pensa assim, tão somente, gastou seu tempo.

Se espera que o amadurecimento pessoal faça bem à pessoa, porque quando se amadurece enquanto pessoa, muitas vezes vem acompanhado de uma certa preguiça. Preguiça de pessoas que não valem a pena estar junto, preguiça de tudo aquilo que nos faz mal. O amadurecimento pessoal nos faz ser mais seletivos, mas ao mesmo tempo nos torna mais leves. Se espera que o exercício mediúnico, a companhia com entidades que vos impulsionam para a luz, vos façam pessoas mais leves, para que a religiosidade, a mediunidade sejam frutos de prazer. Para que não sejam, o investimento na esperança de que ao desenvolver a mediunidade, ao fazer uma deitada, uma oferenda, a vida se transforme da água pro vinho e venham todas as abundâncias materiais, porque o ser humano ainda confunde o sucesso e abundância com a materialidade. Porque ainda vibra, tão somente, no plano denso da matéria. Entende que ele só está bem, quando alguém está mal. Ele só vence, se alguém perder. Este é o tipo de fartura e de abundância que muitos seres humanos ainda vibram quando não entendem que todos podem ganhar. A divisão de sabedoria, a divisão da alegria, o compartilhamento agrega bem estar e felicidade e é isso que o desenvolvimento mediúnico vai propiciando quando ele é bem vivido. Então sabemos encerrar ciclos, sabemos iniciar novos ciclos e temos a gratidão a nos acompanhar a todo momento.

O desenvolvimento mediúnico precisa despertar esse “algo mais” no ser humano e não somente vestir roupas que não se amarrotam, colocar guias que brilham mais que o sol e fazer oferendas que mais parecem monumentos; quando a verdadeira oferenda é o coração puro, sincero, o uso saudável do seu tempo na dedicação para o próximo, porque não há prazer maior para qualquer criatura endividada com a lei, do que o servir. E quando o ser humano aprende a servir, ele quer servir mais, porque o servir o alimenta de aprendizado e ele sabe a hora de servir e como servir. E também sabe a hora do repouso, sabe também a hora em que precisa ser atendido, em que precisa ser também alimentado, porque vive em equilíbrio com os tempos que o tempo tem.

E ele aprende que não há erros na obra de Deus. Não há erros na obra de Deus, porque tudo conspira para o progresso e para o aprendizado. Quando algo não sai do modo que ele espera, quando alguém se comporta do modo que ele não gostaria, quando nada acontece do modo como ele planejou, ele entende que a vida é uma sucessão de fatos coerentes consigo mesmos, entende que tudo acontece na vida em reação a uma ação precedente e começa a perceber onde precisa melhorar para que as próximas reações às suas ações sejam mais aprazíveis a ele mesmo. Ele entende o sentido do melhorar-se continuamente para que possa obter os resultados que precisa e não tem pressa no aprender. Ele tem prazer sempre no servir e no próprio aprendizado. Se não há erros na obra do criador, tudo que nos acontece vem para nos melhorar, mesmo que não entendamos. Se não há erros na obra do criador tudo vem ao seu tempo; as pessoas entram e saem de nossa vida na hora exata; encarnam e desencarnam quando precisam. E não ficamos nos segurando, nos abraçando como náufragos à pessoas que precisam partir, seja para elas viverem a sua vida , seja partir para o desencarne, para o retorno porque seu tempo expirou e cumpriu o seu papel. Agradeçamos, saíamos dessa situação com o sorriso da vida bem vivida, engrandecida pela irmandade que precisamos viver em todos momentos de nossa vida com qualquer criatura.

Então que tenhamos prazer no momento presente, que saibamos cultivar a alegria, o bem-estar através das ações bem praticadas, voltadas para o coletivo. O prazer está na coletividade. Pensando nas repercussões do que fazemos, estamos também pensando em nós. Estamos reverenciando a sabedoria e o tempo, que nos leva para adiante, para sermos felizes em qualquer tempo.

Graças a Deus.