Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus para mais uma pratica mediúnica.
Disse Jesus que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente e aqui estamos nós, seguindo nosso ritual e nos reunindo em nome de Jesus na expectativa e na certeza da presença dele, suas vibrações, suas emissões salutares, de certeza de convívio sadio com seres que impulsionam o progresso do ser humano na medida em que exemplificam; porque se queremos educar as criaturas precisamos nós sermos o exemplo, para que possam trilhar nos passos que deixamos no mundo.
Todo ser humano deixa no mundo o seu rastro. Os animais na natureza marcam seu território, um fareja o outro e respeitam-se entre si. Todo animal deixa vestígios de sua passagem que identificam quem por ali passou. Da mesma forma o ser humano, dotado da sua consciência, também deixa os rastros de sua passagem pelas obras que pratica. Mesmo que não sejam obras grandiosas o ser humano sempre reflete a sua identidade naquilo que toca, naquilo que faz, nas pessoas com quem convive e assim vai deixando o seu rastro e muitos dos que seguem os rastros que foram deixados vão aprendendo com aquilo que encontram. Então é responsabilidade nossa pelos rastros que deixamos para que os próximos consigam aprender. E já que estamos ensinando, que seja um ensinamento que valha a pena ser assimilado e que eleve a criatura que o segue, tal qual Jesus que deixou um grande rastro e o mundo até hoje busca seguir. Muitos desvirtuam, mas ainda assim se é a figura de maior proeminência em vosso mundo, tamanha envergadura de seu espírito.
E disse Jesus em uma de suas passagens: Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça porque serão saciados[1]. E, como vos disse, deixou Jesus seu rastro de feitos e de palavras e muitos homens perdem este, confundem os rastros deixados por Jesus e vão assimilando aquilo que a sua própria personalidade, o seu ego, precisa entender, distorcendo os ensinamentos de Jesus. Porque em verdade esses que têm fome e sede de justiça hão de ser saciados, mas não a justiça tal qual o ser humano a compreende que é uma inversão de posições onde algozes e vítimas trocam de posições numa roda infinita e incessante de vinganças ou de troca de impropérios onde a vingança é aquilo que alimenta o ego, onde a justiça também é aquilo que alimenta o ego, onde a justiça é aquilo que satisfaz a mim e esquecemo-nos que a justiça, tal qual a entende as grandes mentes os grandes espíritos, é aquilo que é o bem para o todo, é aquilo que satisfaz a coletividade em detrimento dos egos e dos interesses e o ser humano ainda não entende tudo isso. Também percebemos que falta ao ser humano entender que a justiça se faz quando as coisas e as pessoas estão em seu lugar correto, tal qual uma engrenagem que funciona com todas as peças em sua exata posição de funcionamento.
Para o bom funcionamento de um organismo ou de uma comunidade o que importa é que cada um cumpra o seu papel e que faça aquilo que se espera que ele faça, porque o mal uso de uma ferramenta, o mal uso de uma pessoa gera a injustiça. O lugar de uma faca é na cozinha onde serve o seu papel de cortar, de picar. Uma faca nas mãos de um malfeitor é capaz de ser instrumento de injustiça e de maldades; um professor, a profissão das mais belas, que forma mentes, que está apto para estar dentro de uma sala de aula transmitindo exemplos ensinando o alfabeto e criando um ambiente propício para que as crianças sejam seres humanos do bem. O local do professor é na sala de aula. Um professor não pode operar cirurgias porque não tem a instrumentação e a formação necessária para abrir corpos na busca da cura. Um professor em uma sala cirúrgica está fadado a cometer injustiças pela inadequação de seu papel. Então precisamos entender que as pessoas têm locais e funções determinadas e quando, por interesse, colocamos pessoas em posições inadequadas elas serão fadadas ao mau funcionamento e a gerar a injustiça e a levar insatisfação tanto pra si como para os outros. Então quando sabemos o nosso papel, quando ocupamos a nossa função estamos sendo em sintonia com a justiça e com a beleza de toda a obra de Deus para que então funcionemos no mundo como devemos funcionar e deixar o nosso rastro.
Da mesma forma cometemos injustiças quando o eu, quando o ego está fora de lugar. Porque o egoísmo também faz gerar injustiças. Observamos uma planta, uma árvore e perguntamos para que serve a árvore e o ser humano dirá, para dar sombra para mim, para trazer frutos para eu me alimentar, para que eu possa da madeira fazer um banco para me sentar. Vemos a natureza para que ela nos sirva e não pelo o seu local, pelo seu papel dentro de todo o seu funcionamento no mundo Terra. Vemos o outro e as coisas para o nosso uso e quando colocamos o ego na frente disso tudo estamos cometendo injustiças e vemos o outro também para o nosso uso. O que esta pessoa pode me proporcionar? Que portas ela pode me abrir? Que facilidades ela me dará? Sendo amigo dela, porque sou filho ou irmão de fulano e nossos relacionamentos são baseados no uso que podemos ter das pessoas e das coisas.
Na medida em que observamos o mundo com os olhos da bondade estaremos mais propícios a ser justos e adequados ao mundo que Jesus espera de nós. Para que eu sirvo para o mundo? O que eu posso oferecer ao mundo? Qual é minha função, meu papel na minha casa, no meu templo, na rua, neste momento como posso ser útil? E aí estaremos servindo a verdadeira obra da caridade e da justiça de Deus.
Graças a Deus.
[1] Mateus 5:6