Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que nos reunimos em nome de Jesus, para mais uma convivência através da mediunidade.
Que possa cada encontro que realizamos ser encontros que sedimentem conhecimentos estimuladores da alta consciência para que filhos agregando esse conhecimento possam despertar valores nobres que vos impulsionem no sentido da fraternidade, da harmonia e da boa convivência.
Porque aquele que cultua orixás não apenas faz louvores, mas cultua principalmente ensinamentos, posturas civilizatórias, para que possa na convivência em comunidade e em fraternidade, exercitar os valores que fazem parte da construção de seres humanos voltados para o bem, para o progresso, para a luta em comum, na desmistificação da convivência; porque difícil não é o viver, difícil é o saber viver. Muitas vezes filhos encontram-se olhando no espelho se vendo de maneira agradável, mas para si, esquecendo-se que essa imagem precisa estar também sendo agradável para o outro. Ao mesmo tempo não podemos viver apenas para o outro. Precisamos saber viver com o outro, porque cada um a sua vida vive.
Estamos falando de energias que são complementares. Enquanto Oxum nos ensina o amor próprio, Iemanjá nos ensina o amor pelo outro. Então que saibamos equilibrar essas duas formas de amar para que possamos com elas em equilíbrio estarmos em sintonia com aquilo que a convivência necessita e que o nosso progresso e evolução precisa. Porque se eu só me amo, eu não consigo viver com mais ninguém. Tudo é relativo a mim, ao meu eu, e eu exercitando e estimulando em demasia o amor próprio, que é necessário, mas quando está em desequilíbrio me torno vaidoso. Mas quando eu vou no verso dessa moeda e passo só a pensar no outro a amar o outro e me esqueço do auto cuidado eu caio no relaxamento de mim mesmo ou na fuga dos problemas que preciso enfrentar. Todos os extremos são perigosos. É necessário que filhos encontrem a adequação.
Para cuidar e amar do outro eu preciso também amar a mim, porque são faces de uma mesma moeda que precisam estar bem exercitadas, muito bem equilibradas, dentro da minha convivência para que de maneira harmoniosa eu viva em civilização, eu viva em família, eu viva meu trabalho, porque somente eu preciso me doar.
A doação, essa preocupação com o outro, quando a dor do outro me incomoda eu estou sendo humano. Quando a dor do outro me incomoda e eu busco algo para saná-la ou amenizá-la, eu estou exercitando a minha humanidade e esse que é o meu papel, mas só consigo entender a dor do outro e cuidar da dor do outro quando eu também conheço as minhas, porque muitas vezes são dores semelhantes e isso é o exercício, da empatia. Quando eu estou vendo o outro e nele eu me percebo e é por isso que eu consigo auxilia-lo. Daí esse exercício constante ser diário para que não nos esquecemos disso. Não posso fugir da minha vida me infiltrando na vida do outro, querendo controlar, cercear e dominar a vida do outro, isto é manipulação. Também não posso só estar dentro da minha vida porque estou sendo egocêntrico, egoísta e estarei em desequilíbrio. Amem-se a si, para amar o outro, amem o outro para amar a si e assim essa roda cria um circulo virtuoso de harmonia, de trabalho, de elevação, de construção de relacionamento saudáveis e sólidos para seguir a vida. E também viveremos o cuidado que Omulu nos ensina. Omulu que vem representando o curador ferido. Todos nós temos nossas feridas e apesar delas vamos cuidando do outro.
Que a capacidade de doar-se e de amar-se seja constante em vossas vidas. Para que o mundo se pacifique, se apazigue, o mundo necessita de mais benevolência, o mundo necessita de mais paciência. As pessoas exigem, exigem e não dão. As pessoas chegam e querem controlar as situações esquecendo-se que alguém já estava ali também trabalhando e também atuando e queremos fazer as coisas só a nossa maneira de ver as coisas, exigindo, impondo a nossa verdade e a nossa presença onde precisamos trazer cooperação e não dominação. Quando filhos aprenderem a amar a si e a amar ao outro perceberão o quão importante é chegar nos lugares com benevolência, com amor no coração, com educação e da mesma forma sair deixando lembranças agradáveis e saudáveis, deixando exemplos, deixando marcas, no ser humano que ali passou.
Então que essas reflexões, filhos encontrem nelas o caminho a desvendar os véus para que sigam crescendo em harmonia. A espiritualidade vos aguarda para que sigam adiante sem bengalas, sem vícios, sem dores excessivas, mas com paz e com trabalho a oferecer.
Graças a Deus.