Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês nesta tarde, em que se reúnem em nome de Jesus.
Jesus, grande profeta, governador de vosso mundo, disse aos seus discípulos que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente. Seus discípulos seguiram encontrando-se em seu nome, revivendo seus ensinamentos e tudo isso vem sendo passado ao longo do tempo.
As palavras de Jesus não passaram, mas muitas vezes o entendimento do homem acerca dessas se deturpa de acordo com a capacidade de entendimento do ser humano, da sua inteligência e do seu interesse. Que possamos nos manter fieis à simplicidade que Jesus pregou. Todos o culto dedicado a Jesus ganhou vulto, rituais e suntuosas hierarquias que se afastam bastante da sua pregação de servir, de estar junto daqueles que necessitam da sua presença no serviço silencioso dos que buscam ser úteis tão somente pelo prazer que o ser útil traz. Não a pompa, não a circunstância, não o fausto e a ostentação, mas o labor silencioso pertinente, consistente que vai moldando o caráter da criatura e percebendo que é nas pequeninas coisas que demonstramos o Cristo em nós. Nos pequeninos “sins” e nos pequeninos “nãos” que vamos dando aquilo que a vida nos ensina e nos traz na aceitação sadia das diretrizes que o mundo exige e não na força de nos impormos ao mundo ou as pessoas.
A cada vez que permitimos que o nosso ego fale mais alto do que o coletivo estamos nos afastando da diretriz do servir. A cada vez que permitimos que o servir nos ensine a sermos melhores, estamos nos aproximando da diretriz que Jesus nos trouxe; mas não confundir o servir com a servidão, não confundir o servir com a todo momento estar buscando satisfazer o egoísmo do outro, porque Jesus em seu modo de servir também educou, também disse o não, também fez valer aquilo que é justo e que é correto, porque o servir não é satisfazer os desejos inconsequentes e infantis dos outros. O servir é saber o que eu posso fazer pelo outro, porque o que eu não posso eu não tenho pra dar e ninguém dá aquilo que não tem. A sinceridade de dizer “isso eu não posso lhe dar” é a educação que todo ser humano precisa para perceber que ele também precisa ir na busca da sua própria melhora e do servir ao outro para que possa se melhorar.
Diz o mandamento: Não roubarás e todas as famílias ensinam seus filhos a que não roubem o que não lhes pertencem, a não cobiçar o que é do outro, mas colocamos esse ensinamento dentro do âmbito do físico, do monetário, da posse, mas existem outros roubos que são tão sérios quanto o roubo de valores. O roubo do tempo do outro, o roubo da paz do outro, o roubo da saúde do outro, o roubo de coisas que não nos pertencem de maneira emocional e de valores que norteiam o ser humano. A cada vez que pedimos a ajuda, mas sabemos que a nossa recuperação depende do nosso esforço e só ocupamos o tempo do outro com lamentações, mas não nos esforçamos em nenhum centímetro para mudarmos a nossa postura e alcançarmos o que precisamos, estamos nós roubando o tempo e a saúde alheia e o outro permitindo que seja roubado o que também não está correto. E é isso que Jesus ensina quando diz para que saibamos servir a todo momento.
Então que possamos entender a nossa função no mundo que é a de ser ser humano, é de reconhecer as nossas falhas, e buscar a nossa melhora, e estar ampliando todos os ensinamentos que temos e permitirmos que estes ensinamentos se sedimentem no plano físico, no plano espiritual, no plano mental e no plano moral para que sejamos a mesma pessoa a todo o momento. Para que tenhamos a nossa fala, o nosso pensamento, a nossa ação e a nossa vivência em sintonia com tudo aquilo que precisamos ter para seguirmos com a felicidade, porque a infelicidade vem da dicotomia de ações e pensamentos e de atitudes nos vários âmbitos da vida. Porque se não somos receptáculos de Deus no terreiro, mas somos inconsequentes e desafiadores e mal tratadores na vida mundana. Precisamos estar a todo momento alinhados com nosso pensamento e com nossa ação ou pensamos maravilhas do mundo de Deus, mas não transformamos na ação para que Deus se faça presente através de nós. Ou somos carrascos no nosso trabalho e somos demasiadamente servis dentro de nossas famílias e com os amigos.
Tudo isso nos abre brechas e rachaduras na tela espiritual e do ego que nos deixam enfermos e não entendemos depois porque somos tão infelizes, porque a vida é tão complicada. Na medida em que alinharmos o nosso pensamento e nossas energias, criamos um escudo de uma unidade saudável e coerente e a nossa vida segue em frente com dignidade e harmonia.
Graças a Deus.