Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus; mais uma vez se colocam à disposição do trabalho mediúnico buscando, através dele, o encontro consigo mesmos.
Que possamos ter esta assertiva em mente. Alardeamos ao mundo que estamos em trabalho mediúnico na prática da caridade, porque é esta que nos aproxima do conhecimento; é esta que faz com que expurguemos nossas faltas pra que ajudemos ao próximo. Tudo isso é muito belo, muito assertivo, mas não nos esqueçamos de que estamos em trabalho mediúnico principalmente por nós mesmos, porque precisamos, antes de tudo, ser caridosos com nós mesmos, com tudo que precisamos arcar e conhecer em nós.
O trabalho mediúnico visa, também e principalmente, o aprendizado do próprio médium para que através dele orientar as pessoas através da sua mediunidade, porque para que possamos auxiliar alguém precisamos ter as ferramentas para que possamos delas nos utilizarmos para sermos úteis. Não basta simplesmente abrirmos o canal mediúnico e esperarmos que toda sabedoria e toda força de Deus e de um Orixá passe através de nós, sem que com isso não doemos nada do que está em nós. Lembremos que se tivermos dois vasos; onde em um foram guardadas ervas amargas ao colocarmos água; a água ficará amarga; mas se guardarmos mel e guardarmos depois água, a água será adocicada porque todo vaso passa para aquilo que contém o que por ele passou; tudo aquilo que está em si e que guardou ao longo do seu passado.
Assim também é o médium quando começa o seu trabalho. Ele transmite através de seu passe, através de suas mensagens, através de tudo que vai angariando de conhecimento, um pouquinho de si. E é por isso que é importante que acumulemos os tesouros que engrandeçam o outro para que nossas mensagens tenham um início, um meio e um fim; um conteúdo educativo para que nosso guia possa utilizar de nós material mental e humano saudável para o engrandecimento do trabalho mediúnico.
Então que saímos da infância, da inocência para acharmos que basta mediunizarmos para estarmos trabalhando, porque não basta apenas o trabalho. Temos que trabalhar com amor. Não basta apenas servir, temos que servir com amor. Não basta ter o conhecimento, tem que ter o que é nosso, a nossa assinatura para que possamos através desse trabalho nos engrandecermos perante a espiritualidade com a nossa contribuição saudável e com isso, efetivamente, irmos semeando e distribuindo benefícios. O que espera a espiritualidade não é apenas receptáculos transmissores como se fossem simples carteiros que apenas entregam mensagens. Os médiuns precisam também reconhecer tudo aquilo que possuem em si de valioso e com todo exercício da humildade e da assertividade auxiliar a espiritualidade neste trabalho de beneficência e orientação. É importante porque só assim o médium crescerá enquanto ser humano, e enquanto médium também, na medida em que seu conhecimento amplia seus horizontes e o gabarita a cada vez mais ter acesso a níveis de consciência e de informação valiosos para o seu trabalho.
Que saiamos da infância do simples ato físico, dos efeitos de demonstração de força de quem grita mais, ou de quem dança mais, ou quem carrega mais guias no pescoço e passemos para o cabedal importante de conhecimento e maturidade emocional, distribuição de fluidos saudáveis, de disseminação de paz e que, pela simples presença, arrebanhamos pessoas pelo carisma que a humildade e o conhecimento trazem quando bem utilizados. O médium sim, é responsável pelo trabalho que executa e pelo seu próprio desenvolvimento seja lento, seja rápido, o importante é movimentarmo-nos, porque o progresso é progresso, não importa a sua velocidade.
Então que saímos da inércia de acharmos que precisamos esperar da espiritualidade as luzes que abrirão os caminhos. Sejamos nós as ferramentas que abrem esses caminhos e, na medida do nosso conhecimento, do nosso potencial, irmos agregando todo material necessário para sermos cada vez mais prontos para o trabalho de caridade que o mundo tanto precisa. A espiritualidade precisa de guerreiros da fala do bem, guerreiros das armas do bem, da humanidade, da fraternidade, da simplicidade e com isto vamos alargando o coração na medida em que colocamos por terra, em que botamos em descanso as armas do ego, das línguas que falam demais, chicotes da alma que tão somente trazem feridas que demoram a cicatrizar. Usem o dom da palavra para a elevação do ser humano, para a elevação do vosso próximo. Saiamos das trincheiras das guerras íntimas e abracemos o ser humano porque o mundo precisa de seres humanos, porque de pessoas animalizadas já está farto.
Sejamos nós os primeiros a levantarmos a bandeira da paz, do conhecimento e da harmonia sempre com a coerência que disse Jesus: “Vos envio ao mundo, mas tendes a sabedoria das serpentes e a docilidade das pombas” para que possamos com inteligência sabermos nos resguardar e nos movimentar num mundo que precisa de guerreiros da paz.
Graças a Deus.