Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que mais uma vez nós nos reunimos em nome de Jesus.
Disse Jesus, que toda vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome ele estaria presente. Jesus se faz presente sempre que há no coração do homem a boa vontade para o progresso, a boa vontade para o servir, obedecer ao primeiro mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas e, segundo Jesus, amar ao próximo como a si mesmo. Precisamos amar este próximo da mesma forma que nos amamos e três vertentes se abrem para a nossa observação. Preciso amar o próximo da mesma maneira que eu amo a mim; me ver no próximo para que possa então ver nesse próximo algo porque amar, algo porque trabalhar, algo por ser útil.
E o primeiro mandamento nos diz: “Ama teu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma[1]”. É um amor que exige toda uma gama, uma dose de concentração tal que empenhemos nosso coração nesse amor a este Deus, a este próximo, a este Orixá, a esta pessoa, a tudo que é exterior a nós e ao mesmo tempo que trazemos dentro de nós. É porque somos seres individualizados, temos a nossa consciência individual, mas ao mesmo tempo o homem é um ser gregário, um ser que precisa estar em comunhão, em contato, em grupos para que possa seguir a sua marcha. Ninguém evolui sozinho, precisamos algum momento de tempo de reflexão e de recolhimento, mas a nossa vida corre junto aos outros que conosco trilham a estrada da evolução.
É o ser humano, das criações de Deus, a que precisa demonstrar a responsabilidade por si e por tudo aquilo que está à sua volta, porque quem sabe mais; tem responsabilidades por quem sabe menos. Quem tem poder tem responsabilidade por quem não tem para que possa proteger, apascentar, guiar e ser exemplo. Então importante abraçarmos esta responsabilidade e o amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo passa por este exercício.
Não há mérito nenhum na pessoa que faz o bem porque tem medo da punição de Deus. Não há mérito nenhum na pessoa que deixa de fazer algo errado porque os olhos da lei estão observando. O bem que se faz e a lei que se cumpre precisam estar dentro de nós, em cada célula, para que possamos fazer parte do grande universo que é Deus. E se eu amo a Deus sobre todas as coisas, eu percebo Deus em tudo, eu distribuo este amor e esta dedicação de maneira natural, porque o amor que se tem, o amor que se faz não é o amor contemplativo; não é um amor que se recolhe e que espera visões de um mundo espiritual distante das realizações que busca fazer. O amor ele é ação, o amor ele é realização, porque quando uma mãe amamenta um filho doando amor ela passa muito mais do que o simples leite; um professor que dê as suas lições exalando amor, ele passa muito mais do que a matéria a ser dada. Qualquer profissional que se dedique à sua profissão com amor faz muito mais que o seu trabalho; ultrapassa limites e barreiras que ele desconhece, mas que o alimentam em retorno.
Então que saímos da ilusão de que amar é sofrer, de que amar e recolher-se, de que ser religioso é estar em oração a todo momento. Precisamos perceber que o amor a tudo permeia, o amor é ativo, não é recluso e nem contemplativo apenas. Que saibamos amar trabalhando, nos doando e, acima de tudo, com respeito por nós, pelos nossos limites, pelas nossas necessidades. Porque quando ultrapassamos nossas capacidades nos exaurimos e deixamos de nos amar; quando queremos viver a vida do outro estamos deturpando o amor que queremos doar. Então é importante termos em nossa mente a dosagem do amor que precisamos ter, que precisamos, dar, que temos para oferecer e tudo aquilo que está imerso em nós e aí estaremos vivenciando com clareza essa ebulição que é o viver; que não é o somente viver pra si, mas também não é somente o viver para o outro. Buscar este equilíbrio para que possamos estar conscientes de nossa missão no mundo.
Graças a Deus.
[1] Mateus 22:37