Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de Exus do dia 20 de julho de 2024.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus.

Sempre repetimos estas palavras iniciando nossas preleções, lembrando a importância da figura de Jesus em vosso mundo. Um dos profetas mais conhecidos, um dos nomes mais falados em todo o planeta e ainda assim pouco verdadeiramente seguido, porque o homem ostenta a figura do cristo em sua roupa, ostenta a figura do cristo em seus símbolos, em suas casas, em seus apetrechos, mas a filosofia do cristo ainda é pouco assimilada, porque ela se refere a todos os âmbitos da vida do ser humano. Muitas vezes o homem na busca desta cristificação, desta evangelização até pratica algumas ações do Cristo, mas em áreas muito isoladas em sua vida.

Muitas vezes traz pra dentro de sua casa uma postura cristã onde os seus bebem das mesmas fontes, das mesmas águas do perdão, da harmonia e da fraternidade, mas quando vai para o mundo, para o trabalho ou mesmo não tão distante, para o vizinho a sua postura nem sempre é tão cristã. Nem sempre é a do abraçar, do agregar, do auxiliar, porque a sua caridade vai para a caridade consanguínea; para aqueles que lhe são caros; para aqueles que ele elege como seus companheiros da sua intimidade e do seu amor, mas se esquece que todo mundo é companheiro, que todo mundo é fraternidade. Ou então é em seu trabalho pródigo em bênçãos, em amor, em bom humor, em distribuição de benefícios, mas dentro de casa é um verdadeiro carrasco de incompreensão e de isolamento.

Muitas vezes assumimos esta cristandade em áreas específicas da vida nos esquecendo de que ela deve abranger a nossa vida como um todo para que possamos ser o mesmo personagem a todo momento. Por isso que muitas vezes desconhecemos a pessoa. Uma pessoa que conhecemos de longa data e que admiramos, mas quando muda o seu ambiente, esta muda com ele; quando é necessário que o ser humano seja o mesmo a todo momento e ele é, mas quando se permite estas várias facetas que não se interligam uma com a outra, o sofrimento advém daí, a falta de entendimento vem daí, porque quando o ser humano for ele o tempo inteiro a qualquer momento em qualquer lugar, ele pratica a caridade, ele escuta, ele perdoa e ele é o tempo inteiro o representante do Cristo que ele escolheu. Tudo isso é um exercício, porque o ser cristão na verdadeira acepção da palavra de ser doação, de ser integridade e de ser disciplina, necessita ser abrangente em todas as áreas da vida. Para que a mãe seja sempre diretriz, sempre apoio, sempre coesão, sempre o alimento, o pai sempre a fortaleza, e os irmãos sempre fraternidade, porque falam a mesma palavra o tempo inteiro.

Não podemos escolher para quem vamos ser amáveis e caridosos, porque se escolhemos a quem queremos ajudar nossa caridade é seletiva e a caridade não é seletiva. O sol abre todos os dias a porta da luz e se derrama em todos; as águas dos rios não escolhem que pedras banharão ao longo do seu percurso. E assim precisamos nos espelhar nos exemplos que a natureza nos dá para que possamos ser tal qual a natureza, iguais para todos em todo momento e assim sendo sempre equilíbrio, distribuição e verdade para que nossa vida seja um exemplo de doação e de distribuição. Quando escolhemos a quem queremos que seja ser alvo de nossa caridade, entendemos que é um início de um amor, tal qual os animais que protegem a cria; tal qual as leoas que lambem seus filhotes ensaiando o amor materno, mas com o nascimento da consciência do ser humano ele precisa diferenciar-se da animalidade circundante e exercitar a consciência plena de sua responsabilidade pelo ser humano seja ele quem for.

A caridade não é só doação de dinheiro e de roupas que filhos tanto confundem. A postura caridosa é a postura educadora, é a postura que dá ao ser humano a responsabilidade sobre si mesmo, porque criamos vínculos doentios quando estamos o tempo inteiro matando a fome, matando a sede, curando o frio, as feridas e jamais libertando as pessoas para serem responsáveis por si. Inclusive as mães precisam fazer com que seus filhos cresçam prontos e aptos para o mundo, para sua ausência. Então que possamos enquanto religiosos, enquanto pais e mães, prepararmos nossos filhos e nossos seguidores para nossa ausência, porque foi isso que Jesus fez. Em tToda sua vida ele capacitou pessoas a andarem por onde andou, a falarem como falou preparando-os para sua ausência e disse que quando dois ou mais se reunissem em seu nome que ele estaria presente, porque verdadeiramente estará, porque preparou aqueles e capacitou-os para virem em seu nome e em seu nome ali estarem atuando e ele ali estar presente porque todos estão fazendo tal qual ele ensinou.

Então que saibamos preparar o mundo para nossa ausência, preparar os filhos para quando não estivermos. Prepararem todo o caminho para que outros que vierem depois sigam trilhando os caminhos e distribuindo os benefícios porque o trabalho é incessante.  Grande é a multidão de necessitados e se ficarmos escolhendo a quem vamos auxiliar toda uma multidão será sacrificada pelas dores desnecessariamente, porque estaremos economizando amor e tempo quando temos tanto pra dar e a nossa consciência nos chamará à prestação de contas quando percebermos o quanto negligenciamos em trabalho e em crescimento.

Então que saibamos nos preparar e sermos exemplo e assim estaremos vivendo o que o Cristo e a espiritualidade sadia esperam de nós.

Graças a Deus.