Mensagem do Caboclo Sete Montanhas em sessão de Exus no dia 12 de abril de 2025.


Graças a Deus, que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, em que se reúnem em nome de Jesus.

Disse esse que todas as vezes que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente.

A partir de amanhã, para todo o povo católico, inicia-se a semana santa. Uma semana convidativa à reflexão para que possam, através de cada dia que se aproxima da paixão de Jesus, entrar em sintonia com a mensagem que Jesus deixou, principalmente no seu martírio. Uma semana em que muitas coisas aconteceram, uma semana intensa, não só o povo judeu, mas principalmente para o próprio Jesus.

Dizemos que toda a vida pública de Jesus pode ser vista, por cada um de vocês que se dizem cristãos, que seguem vossa vida pautada pela filosofia por ele deixada, orientações de Jesus, o Cristo, que toda sua vida pública sintoniza-se com cada fase da vida do homem, querendo dizer com isso, que a vossa vida pode ser um espelho da vida pública do próprio Jesus. Cada uma de suas passagens, cada um de seus ensinamentos, se enquadra na vida de cada ser humano, posto que todas as sua passagens trazem um ensinamento de melhora para o ser humano.

Jesus encontrou seus discípulos, seus seguidores, não foi busca-los entre os letrados, entre os doutores da lei, entre os ricos e os de castas elevadas da sociedade. Foi buscar entre os homens simples e comuns, assim como é toda a vossa vivência. Porque a família humana, em sua grande maioria, é formanda por pessoas simples e comuns, pessoas diferentes entre si. Pais e mães muitas vezes vêm de universos ou de sabedorias diferentes para formar uma família, da mesma forma Jesus foi buscar, entre os homens do povo, para que pudessem compor a sua família pessoal de convivência e onde travavam o relacionamento humano como qualquer pessoa encarnada. Não pensem vocês que os discípulos foram escolhidos por serem Santos, por terem poderes e conhecimento. Adormecia neles um conhecimento. Jesus identificou e os convidou, observando que poderiam amadurecer e transformarem-se em homens que pudessem representá-lo na sua ausência.

Contudo, Jesus enfrentou todas as necessidades de relacionamento que qualquer líder, que qualquer pessoa comum enfrenta. Jesus precisou aplacar, muitas vezes, o caráter raivoso e sanguíneo de Pedro, que tinha acessos de raiva, que precisava ser domado na sua fúria. Jesus precisou lidar com a dúvida de Thomé, porque Thomé não só duvidou de como Jesus ressuscitou, mas a todo momento questionamentos de Thomé faziam parte de seu relacionamento com o próprio Jesus. E quantas pessoa lidamos ao longo de nossa vida, que duvidam, que nos colocam à prova ou que precisamos lidar com a sua ira? Jesus precisou também lidar com a dúvida e a falta de fé e a falta de segurança dos discípulos, quando não conseguiram curar enfermos e espantar demônios ou quando se viram diante da tempestade que pensavam que iam afundar o seu barco e perguntou: “homens de pouca fé”.

Jesus precisou lidar com seres humanos e assim cada um de vocês lidam com seres humanos. Então que cada discípulo de Jesus possa lhe servir de exemplo, de lembrança de pessoas caras que lhes são próximas e que trazem essa necessidade de refazimento pessoal e de interação humana para que a vida siga adiante e Jesus exemplificou a todo momento e nenhum deles foi exonerado da presença de Jesus, principalmente Judas que trouxe a sua maior prova.

Então que a presença de Jesus seja para vocês essa vivência, a exemplificação do que precisamos ser e fazer na convivência humana. Seja essa semana que se inicia amanhã, essa semana onde precisamos fazer uma faxina emocional, uma faxina de posturas para que possamos viver a semana que se inicia e transbordar a reflexão para todos os próximos dias, todos os dias vindouros e tal qual Jesus, aprender a conviver com todos os seres humanos, não exigindo deles nada mais do que eles podem nos dar. Também não gastando tempo com aquilo que não é mais necessário, porque Jesus dizia a cada um que curava e que auxiliava: “vai e não peques mais”; e seguia a sua trajetória, sabendo o que fez e o que precisava ser feito cumprindo o seu papel e deixando-nos as mensagens e os rastros do amor que trouxe a todas as criaturas.

E lembrando que em sua última semana de vida, quando foi aclamado no Domingo de Ramos, em que todo povo estendia mantos para que passasse e reverenciavam com ramos de palmeiras, coisa que se fazia a todos os homens importantes da época, todos os reis, todas as pessoas politicamente importantes, de comando eram recebidas com aplausos e com essas reverências. Jesus não entrou em Jerusalém montado em um cavalo; Jesus entrou em Jerusalém montado em um burrico, que tem uma alegoria importantíssima, que quase ninguém se dá conta. Porque um rei quando entra em uma cidade montado em um cavalo, ele está demonstrando a sua autoridade bélica, que é um rei que veio para dominar através da arma e da autoridade, mas Jesus entrou montado em um burro, um animal que simboliza antes de tudo a paz.

Então Jesus é um governante que veio buscando e trazendo a paz para que os homens pudessem segui-lo. Que toda essa semana possa ser vivida com esses símbolos, que cada um aqui presente possa ir amadurecendo e digerindo e assimilando, para entenderem que Jesus é muito mais do que um símbolo a ser colocado no alto de um altar, que sofreu pela humanidade, mas principalmente, como alguém a ser reverenciado com respeito e com carinho e ser assimilado para que possamos verdadeiramente nos despir de toda egolatria, de toda a vaidade, de todo egoísmo e que possamos ver na paz, realmente, o caminho para que o homem possa encontrar a luz e a harmonia. Para que possa ver nos relacionamentos saudáveis de amizade, de fraternidade, os laços que nos envolvem e nos evolvem e nos alçam a patamares mais lindos e inimagináveis de nossa trajetória.

Que possa a semana ser reflexiva, mas seguida também de ação e de práticas que nos induzem, nos alcem, nos elevem para melhores condições de ideias, de travar relacionamentos e de fazer que a nossa encarnação seja válida para todos.

Graças a Deus.