Mensagem do Caboclo Sete Montanhas sessão de Boiadeiros do dia 04 de junho de 2022.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos imersos em nosso ambiente na busca de um contato com a espiritualidade através da mediunidade, na busca de beberem em fontes que saciam a vossa sede de alívio, de arrimo, de amparo, e espera a espiritualidade que haja em algum momento filhos com sede de trabalho; para que possam então filhos efetivamente vestir esse uniforme do trabalhador de Jesus e seguir com aquilo que lhe cabe na vida.

Muitas vezes o ser humano é acostumado e se acostuma e insiste na postura de eterno pedinte, esperando que o mundo se dobre à sua necessidade, mas este (ser humano) precisa enxergar que ele é capaz de mudar o mundo quando muda o seu mundo interior. Quando disse Jesus “Deixai vir a mim os pequeninos. Não os embaraceis porque deles é o reino dos céus”, solicitava que o homem se aproximasse de Jesus tal qual as crianças o fazem; isentas de vícios, isentas de rancores, isenta das mazelas emocionais que o adulto agarra-se como se fosse um náufrago, agarrando-se ao que sobrou de sua embarcação. Porque quando o ser humano se acostuma ao sofrimento, se acostuma à reclamação e quando sua vida começa vislumbrar um pouco de melhora, este não sabe o que fazer com sua vida, porque tudo que fez até então é reclamar, chorar e pedir. E precisa o ser humano começar a ver-se e entender-se como um doador, como capaz de modificar-se e modificar o mundo à sua volta e isso só se faz com o esforço do caráter e com a diminuição da vaidade, porque todo excesso de sofrimento tem em sua raiz a vaidade do ser humano que precisa, sente-se, viciado que está, em ser observado como aquele que mais sofre, como aquele que tudo faz e que ninguém reconhece.

Precisamos perceber que o sofrimento de Maria ao ver o filho que criou ser sentenciado, estar entre ladrões e todas as injustiças que viu, passou pela sua cruz como lhe fora dito que uma espada transpassaria o seu coração. Como o sofrimento do próprio Cristo que doou-se em amor, em luz, em verdade e não foi compreendido e o ser humano pelas coisas que a vida lhe traz, pelas leis do retorno necessário, esse se desespera, como se pequeninos tropeços fossem o final de toda a sua existência.

O ser humano é como um cântaro que ao passar a carruagem que o transporta por uma estrada com muitas pedras que balançam toda a carruagem, o cântaro entorna o que tem dentro. Se esse cântaro carrega perfume espalhara perfume, mesmo que a estrada esteja tortuosa e esburacada, porque espalhará o que tem dentro. Mas se esse cântaro tiver água de odor não agradável espalhará o seu odor não agradável, porque a vida sempre será uma estrada que ora é amena, ora é tortuosa, ora tem buracos e todos os vasos de todas as carruagens que passarem pelos mais variados trechos na hora em que a carruagem sacode espalharão o que têm dentro. Então é importante que o ser humano se transforme em um vaso que ao espalhar o seu interior beneficie a sua volta, porque a vida sempre trará dificuldades e o ser humano mostrará, exatamente neste momento, no seu interior. Se tem fé, se tem verdade, se tem constância, firmeza de caráter, de pensamento, ou se só tem desequilíbrio e blasfêmia ou se não tem nada, se é um vaso oco. Então precisamos entender que tipo de líquido estamos carregando no vaso que somos e aí sim teremos o destino a cada um dos vasos que lhe compete nas várias prateleiras do criador.   

Que tenhamos de nos melhorar, que tenhamos necessidade de nos melhorar. Que a força da boa vontade, a coragem e a fé nos guiem e nos façam perceber aonde precisamos estar para sermos curados e ao mesmo tempo curar. A vida é um ir e vir. Sempre será, sempre foi uma estrada de mão dupla onde emitimos, onde recebemos. O nosso papel é o de transformar o mundo à nossa volta sendo capazes de uma reciclagem emocional de crescimento, de aprimoramento e também de exemplo, para todos aqueles que nos observam. 

Ser médium é ser medianeiro. Não é ser receptáculo da dor do mundo, nem arvorar-se de enviados de Deus cheios de luz, protegidos por forças estranhas onde nada os atinge. O médium é um ser humano, está sujeito a tudo aquilo que o mundo Terra oferece, mas tem a responsabilidade de fazer com que a sua missão seja pródiga em crescimento íntimo. Auxiliamos o outro na medida em que nos percebemos e que nos permitimos a melhora interior, ser exemplo para que possamos servir.

Graças a Deus.