Um perfume precisa ser uma lembrança, mais do que um anúncio, uma lembrança. O excesso de perfume, quando o perfume é um anúncio, denuncia uma invasão de um ambiente. Quando um perfume se demora demais em nossas narinas, fica incômodo. O perfume precisa sintonizar-se com a memória para que traga recordações, momentos que gostaríamos de reter.
Seres humanos deveriam ser como perfume; menos invasivos e mais referentes à memória emocional sadia de cada um. Um leve toque de presença para não passar despercebido, mas permitir que cada um tenha a sua individualidade. Esse é o papel do ser humano equilibrado; se faz anunciar levemente e quando parte deixa leves recordações tal qual o sorriso sincero que vem espontâneo e demora morrer. Um sorriso forçado vem de má vontade e morre subitamente. Mas o sorriso sincero vem de maneira arrebatadora e demora-se segundos a mais no rosto de quem o sente.
Sejamos assim, indeléveis, mas sempre presentes, porque o equilíbrio é a formula de uma vida tranquila. As emoções muito presentes sejam as que nos colocam pra baixo ou as que nos alçam muito acima denotam sempre o desequilíbrio de quem se permite por elas se envolver. O amor equilibrado, a amizade equilibrada para que possamos estar sempre lado a lado cumprindo nosso papel.
O amor em excesso beira a posse e a falta de amor não é o ódio, porque o ódio não é o contrário do amor. O que mata o amor é a indiferença; esta sim podemos chama-la de o túmulo do amor. Então nem amor demais de posse, nem o completo esquecimento, mas o exato diapasão de amor maternal, de amor filial, de amor conjugal, de amor fraternal, em todas as formas que o amor se apresenta. Tenhamos este cuidado no trabalho que realizamos, na vida que praticamos.
Não é o ódio que mata o amor, mas sim a ausência dele; a indiferença. Amor e ódio são faces de uma mesma moeda. As cores do amor e do ódio são vermelho, rubro, escarlate; tudo aquilo que envolve a emoção. O ódio é o amor que adoeceu, que não soube amar, ou que está magoado. Melhor transformar o ódio em respeito e em amizade e aí sim teremos o equilíbrio necessário para as emoções as quais estamos sujeitos na nossa vida. E aí estamos em condição de estarmos atuando com justiça no mundo.
Não banalizem a palavra amor, porque amor é tudo. Tudo que Deus fez é permeado de amor. O universo criado por Deus em sua essência é puro amor de Deus, pura sua presença. Muitas vezes não entendemos, não somos capazes de perceber a sutileza do amor de Deus, mas ele está na negativa que recebemos, na demora de atender os pedidos que fazemos, não na pressa de receber as graças. No aprendizado, no esforço que fazemos, para sermos dela merecedores. O amor é tênue como um perfume.
Meditem sobre isso e aprendam a amar.