Sessão de Boiadeiros do dia 06 de maio de 2017.


Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Boiadeiros do dia 06 de maio de 2017.

Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês nesta tarde.

Que todos aqui estejam em sintonia com tudo aquilo que vieram buscar; a orientação espiritual através da forma religiosa da Umbanda.

Que através da presença da espiritualidade junto a vocês, já estejam sendo beneficiados pela permissão que deram em aqui estar.

Uma vez que foi a vossa vontade que os trouxe até aqui, uma vez que estamos aqui reunidos em nome de Deus e disse Jesus: Toda vez que filhos se reunissem em nome Dele, fossem dois ou mais, que Ele estaria presente. Aqui estamos nós reunidos em nome da caridade, aqui estamos nós reunidos buscando a orientação do mundo espiritual. Então que venha até nós através da forma da presença salutar e do bom envolvimento que a espiritualidade sadia sempre nos apresenta.

Então que filhos já estejam sendo beneficiados e sensíveis a tudo isso. Que possam ao ausentar-se daqui levarem ensinamentos de tudo aquilo que aqui conseguiram assimilar e que compreenderam, porque aqui dentro é fácil a sintonia com o mundo espiritual, aqui tudo vos induz a isso. É o cântico, a dança, as roupas brancas, é o ambiente religioso, as imagens vos servem de estimulo para a indução religiosa, mas quando filhos partem para o mundo lá fora a vida volta a vos abraçar com a sua realidade. É necessário que filhos consigam manter a sintonia por mais difícil que ela seja, porque é lá fora que exercitamos aquilo que aqui aprendemos. Aqui dentro tudo tem um tamanho diferente, uma objetividade que lá fora muitas vezes a animalidade impede que seja persistente. Mas tal qual os músculos se exercitam através do exercício físico, também a fé, também a constância nas atitudes devem ser exercitadas porque é isso que vos fortalece o caráter.

É importante percebermos que só temos um dia para fazermos o que precisamos fazer. É nesse dia que devemos exercitar os ensinamentos, é nesse dia que devemos exercitar a nossa coragem e capacidade de seguir adiante a despeito daquilo que recebemos da vida que muitas das vezes nem sequer esperamos, mas que nos espreita a todo o momento.

Quando nos percebemos falhos, quando nos percebemos capazes de erros, temos  mais condições de observar o semelhante e compreende-lo, porque quando nos alinhamos, quando nos percebemos humanos e repletos de defeitos compreendemos um pouco melhor o defeito do outro e conseguimos julgá-los, porque o julgamento sempre vem, mas julgar com mais compreensão. Muitas vezes filhos dizem que não querem julgar, que não julgam, mas o julgamento sempre existe.  Enquanto existir a consciência e a individualidade, filhos sempre farão comparações entre si. Mas o importante é que essa comparação não venha apimentada pela vaidade, que ela venha com a visão clara daquilo que necessitamos melhorar em nós e deixemos ao outro a sua capacidade de própria melhora.

É importante quando entendemos isso; que o único dia pra se fazer as coisas é o hoje. Assim damos mais atenção ao que realmente é importante. Mas também podemos alargar o significado do que é o hoje, entender este hoje como o nosso momento. É o nosso momento de ser pai, o que o papel de pai nos ensina? Que sejamos pais agora porque este é o momento de sê-lo para que possamos exercitar bem este papel. Assim também é o momento de ser mãe, esposo, mulher, filho, médium, religioso. Não somos pais, nem somos mães, nem somos filhos. Nem somos, no sentido real da palavra médium, mas o estamos. Estamos neste momento pais, estamos neste momento mães e filhos, estamos neste momento sendo médiuns e estamos necessitados de observar este nosso momento e fazer dele o melhor que possamos para que o nosso papel seja cumprido com determinação, com efetividade para que a vida valha a pena.

Quando conseguimos entender isso damos muito mais valor ao que realmente importa e deixamos de lado as atribulações comezinhas da vaidade, da ignorância, dos vícios, do ócio, porque o tempo é algo que filhos não controlam. O tempo passa por si só e corre por si só. O tempo, uma vez que dedicamos a alguém, se vai. Porque quando passamos um tempo com alguém, este alguém passa um tempo conosco, não existe o cobrar de volta o tempo que se deu a alguém, a vida que se dedicou a alguém. O tempo passa e devemos vive-lo com a nossa capacidade de sermos melhores do que somos, porque a conta fechará e o tempo não retornará. Não há um pedido de volta a algo que se deu quando se fala em tempo. Então quando dedicamos a um  filho a atenção que ele merece passamos a valorizá-lo e entendemos que é inútil querer que o tempo passe logo, porque  o tempo passará dentro do seu tempo. Se uma atividade, uma dor, se uma enfermidade nos incomoda é necessário aproveitar o tempo que estamos com ela porque está passando, está nos ensinando.  Mais tarde os ensinamentos serão cobrados pela própria consciência. O que a maternidade lhe ensinou, o que a capacidade de ser médium lhe ensinou, o que a convivência com a sua esposa e seu esposo lhe ensinou?

Então é importante que saibamos dedicar e viver este tempo com intensidade, com equilíbrio, com agradecimento, porque só agradecendo conseguimos compreender a plenitude da graça que é a vida.  Que aproveitemos melhor a oportunidade de estarmos vivos e valorizar aquilo que realmente enraíza o amor em nosso coração. Saibamos ser caridosos, saibamos ser dedicados, saibamos amar ao nosso próximo, mas principalmente sabendo que este amor precisa também retornar a nós.  Nos respeitando, nos acarinhando na medida em que fazemos aquilo que permitimos que seja bom para  nós.  Que possamos entender que é somente embelezando o ego com a amizade, com carinho, com amor respeitoso, com equilíbrio é que conseguiremos na vida dedicar ao próximo também aquilo que temos dentro de nós que é amor.

Graças a Deus.

Final de sessão de Boiadeiros do dia 06 de maio de 2017.

Graças a Deus.

Que toda a vibração da reunião de hoje siga vos envolvendo com as águas do rio que Oxumarê trouxe. Todas as cores de seu arco-íris, todas as ervas que Ossãe vos trouxe, que filhos possam ter assimilado, que possam não permitir que isto acabe aqui, que filhos levem para vossos lares, para vossas vidas essa certeza, esta serenidade.

Sabemos da dificuldade que filhos têm em manter esta sintonia diante de tudo que a vida apresenta, mas é responsabilidade também de vocês buscarem essa sintonia. Chamamos isso de ancoragem. Tal qual um navio quando chega a um porto e lança sua âncora ao mar para que fique fixo. Este é o momento de segurança, o porto é seguro e pode atracar e trocar mercadorias e a tripulação. É um momento de segurança, mas nem por isso um momento de ócio, é um momento de constante e grandioso trabalho.

Então que toda essa certeza filhos levem consigo. Que ancorem a sensação de hoje em vossas vidas, porque é necessária para manterem-se coesos com os vossos propósitos. É necessária para enfrentarem tudo aquilo que a vida vos guarda. Vosso mundo segue em ebulição de violência e de mudanças de visões e de paradigmas e filhos têm que estar ancorados em algo que seja sereno e ao mesmo tempo impulsionador de vosso progresso.

É a religiosidade sim, aquilo que vos alimenta o espírito, então que seja ela uma religiosidade sadia. Não colocando tudo nas mãos de Deus ou de vossos guias, mas percebendo que estes são orientadores, mas que a mão na massa quem coloca é o ser humano.  É o ser humano que tem que buscar o seu aprimoramento, assim como seus guias, como o próprio Jesus alcançou iluminação, filhos também alcançarão. Na medida em que se permitirem isso e só se permitem quando vão à vida e fazem o que tem que ser feitor. Quando perdoam, quando são perdoados, quando trabalham pelo outro, quando dizem o sim e o não, quando amam com equilíbrio. Não é só se colocando recluso dentro de si ou dentro de casa, afastando-se da dor, que filhos vão eliminá-las, não! Tem que ser sentida tem que ser vivida, tem que ser percebido que a dor existe sim, mas só sofre quem permite que o sofrimento o abrace.

Então que tenham esta certeza: Tudo passa, tudo na vida é passageiro e tudo na vida tem um propósito. É passageiro por que não é eterno. Que filhos possam, nessa reunião de hoje, conseguir se projetar no futuro para verem como estarão daqui a um ano, daqui a dois anos. Que possam continuar com essa leveza de hoje, mas essa leveza só se perpetuará se filhos assim o permitirem e forem à vida e seguirem fazendo as suas ações direcionadas para aquilo que é necessário fazer. Façam de vossa vida um palco, mas um palco onde encenam coisas agradáveis principalmente pra si. Não à vaidade, não ao prazer efêmero da matéria, mas um palco onde serão exemplo de dignidade, de coragem e de fé.

Graças a Deus.