Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Boiadeiros do dia 26 de agosto de 2017.
Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, que todos aqui reunidos estejam em sintonia com o ambiente e com aquilo que vieram buscar.
O ser humano busca, na religiosidade, orientação para a sua vida. É importante lembrar, com tristeza, que o ser humano ainda busca a religiosidade para a solução de problemas, para a busca de uma cura, a busca de uma melhora. Grande será a alegria do mundo espiritual quando o ser humano fizer da religião uma ponte da sua alegria com a espiritualidade e não da sua tristeza e da sua necessidade. É importante que a religião seja vista como uma religação, com o religar, com a origem e com tudo que criou o universo e todas as suas criaturas.
Enquanto o ser humano afogar-se na sua tristeza e na sua eterna necessidade de ser servido, encontrará na religião um momento de escoar suas dificuldades, escoar seus pedidos e de fazer conluio com a espiritualidade como um comércio, pedindo e esperando que a mediunidade lhe traga créditos e que possa encontrar um lugar melhor depois do túmulo; esperando que a mediunidade possa trazer abundância e fartura materiais. Tudo isto os filhos vem com a postura correta exigida diante da vida; tudo isto vem quando cumprimos a nossa missão e quando tiramos os olhos do bolso e passamos a colocar os olhos onde eles pertencem; no rosto para que possam ver a verdade assim agirmos no mundo como devemos agir. Enquanto vemos em cada amizade uma oportunidade de regalias, enquanto vemos no trabalho uma necessidade de ganhar mais para ter mais, enquanto o homem só conjugar o verbo ter; estará em sofrimento.
É importante que o homem conjugue muito mais o verbo ser e ao conjugarmos o vero ser, que tenhamos a opção de conjuga-lo nas suas formas sadias: ser honesto, ser feliz, ser imparcial, ser dedicado à missão, ser responsável. Enquanto só estivermos conjugando a necessidade de sermos satisfeitos teremos sempre a chaga, a úlcera perigosa da necessidade eterna de sermos atendidos.
Lembramos palavras antigas que precisam estar mais conscientes em vossas mentes e em vossa prática e em vosso coração: “Olhai os lírios no campo, não tecem e nem fiam, mas mesmo assim nem Salomão em toda a sua glória, nunca se vestiu como qualquer um deles.” Não existe criatura no mundo de Deus que não tenha a sua proteção, o que dirá o homem a sua criatura mais importante? Aquele feito à sua imagem e semelhança; aquele que tem linguagem, pensamento e emoção, que criou a civilização e o fogo. O que mais o homem espera a não ser crescer e demonstrar a sua gratidão pela vida e buscar ser feliz?
É importante que percebamos que estas palavras ecoam em vosso mundo há muito tempo, mas o homem tem ouvidos moucos e quer o tempo inteiro ser servido, mas é importante que o homem mude a sua posição e perceba que o servir também traz alegria principalmente quando servimos fazendo aquilo que nos dá prazer, mas o ser humano pensa que se afasta do prazer encontrará o céu mais rápido; mentira! O homem só chegará ao céu quando estiver bem consigo, fazendo aquilo que lhe faz bem. Daí passa uma vida inteira se privando, infeliz, dizendo não a si mesmo achando que depois da morte será feliz, mas quem cultiva a tristeza em vida a leva consigo na morte. É importante ser feliz agora e o que nos faz feliz não é ter; é o ser; não é ser servido, é o servir, pois ao servirmos buscamos em nossa essência o que de bom há em nós.
Não devemos imitar a missão do outro, servir como o outro serve, fazer o que outro faz e sim encontrar os talentos que temos e desperta-los. A felicidade é deste mundo quando a trazemos para o mundo em que vivemos. Que encontremos a nossa missão; a missão de doar-se, de ser um bom professor, um bom médico, uma boa mãe, um bom filho. Qual é a missão que nos cabe? Toda missão exige disciplina, mas o ser humano quer os louros de um missão que nem cumpriu ainda; então que tenha disciplina, que tenha horário, que entenda que precisa começar pequeno como todas as árvores, como todas as coisas que Deus cria iniciam-se pequenas e crescem na medida em que se permitem; renovando-se.
É este o apelo que temos hoje a fazer a vocês: Renovem-se para serem felizes, sejam pequenos para serem felizes, conjuguem o verbo ser para serem felizes, pois só assim se libertarão das amarras que os prendem às necessidades de coisas que não usam, que não precisam e que jamais terão. Contentem-se com o que têm e busquem ter aquilo que julgam necessário mas façam cada coisa no seu tempo, no seu dia e hora. Aprendam com a passagem do tempo que o dia não se antecipa à noite e nem as estações do ano se atropelam. Cada coisa tem seu momento, cada idade tem sua graça e assim o ser humano compreende as etapas da vida para, em harmonia, fazer o que lhe compete para ser útil e feliz.
Graças a Deus.