Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Caboclos do dia 06 de Julho de
2019.
Graças a Deus.
Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, estejam os
filhos envolvidos nas benesses que a espiritualidade vos preparou para o dia de hoje,
estejam em sintonia com o ambiente para absorver o que aqui está, para que possam se
deixar envolver pelo que aqui está para que a vossa vida, ao voltar a abraça-los lá fora,
dê o prosseguimento necessário. Mas para que isto aconteça é importante que os filhos
permitam. Para isto acontecer é importante que os filhos tenham a fé aliada à ação
necessária.
Estando Jesus a dormir no barco enquanto seus companheiros estavam a
observar a tempestade que se aproximava. Jesus dormia e a tempestade chegou, o mar e
os ventos se revoltaram e os discípulos o despertaram com medo de que a nave viesse a
soçobrar. Ele despertando disse: “Por que temeis, homens de pouca fé?” e repreendendo
os ventos e as águas estes se acalmaram. Em outro momento da vida de Jesus quando
ele apareceu no meio do lago de Genesaré e chama Pedro para ir ao seu encontro e
Pedro caminha, mas perde a fé e afunda nas águas e Jesus o resgata. Ainda falta no
homem a fé que lhe dê sustento para dar prosseguimento à sua empreitada.
Caminhando por um campo um viajante encontrou homens que carregavam
pedras. Dirigiu-se a um deles e perguntou o que fazia e ele respondeu “simplesmente
carrego pedras”; dirigiu-se a outro e perguntou o que fazia e ele respondeu “trabalho
para meu sustento”; dirigiu-se a outro que disse “trabalho carregando pedras na
construção de um templo e também na construção de um local de cursa. Me sinto feliz
pela missão que me foi outorgada”. Existe uma avalanche de reclamações proveniente
do homem que não tem fé, do homem que se cansa daquilo que faz porque não sabe por
que o faz e tampouco sente prazer naquilo que faz pelo desconhecimento do motivo de
sua vinda a este mundo.
Não basta que o homem trabalhe para o seu sustento; não basta que o assalariado
apenas busque receber ao final do mês o dinheiro que lhe cabe pelo tempo em que
trabalhou; isto traz ao trabalhador a sensação de que trabalha apenas para quitar suas
dívidas. É importante que o homem que trabalha veja naquilo que recebe ao final do
mês a oportunidade de melhora de sua vida. A partir do momento que vê no dinheiro
que entra ao final do mês como oportunidade de melhora de sua vida, consegue investi-
lo melhor nas coisas que realmente precisa para que tenha realmente o valor que tem.
Assim se consegue valorizar o tempo e o dinheiro e se começa a entender a palavra
dívida não apenas como aquilo que preciso quitar para me ver livre de algo que me
incomoda, porque nos endividamos quando gastamos muito; mas também nos
endividamos quando compramos algo que nos faz bem e pagamos a cota com agrado
porque estamos tendo um retorno positivo daquilo em que investimos.
Da mesma forma é o homem em sua vida; se o homem vem ao mundo com a
percepção de que está aqui para quitar dívidas de erros que cometeu; passará a vida
infeliz carregando a culpa. Mas se o homem tem para com Deus uma dívida de alegria
pela vida que recebeu, passa a valorizar a vida e passa a aprecia-la melhor e deixa de
apenas carregar pedras para viver na busca de um ideal que lhe dá base para seguir
adiante.
Que saibamos deixar de lado as reclamações e buscar entender o por que de
estarmos aqui e o que estamos fazendo para que possamos diminuir as visitas aos
médicos e ás farmácias e passarmos a ir mais ao templos para pedir menos e agradecer
mais. Assim estaremos em sintonia com a felicidade.
Precisamos entender que Deus não é um Deus de castigos nem de derrotas, é um
Deus que nos traz oportunidades de sermos melhores. A lidarmos com isto com
naturalidade conseguiremos entender que a vida é muito mais servir do que ser servido.
Quando fazemos nosso trabalho estamos servindo e quando o fazemos servindo com
amor o trabalho torna-se mais prazeroso. Precisamos estender isto a todos os campos da
vida; um médico serve aos seus pacientes, um professor serve aos alunos, um vendedor
serve aos clientes.
Quando o ser humano abraça a missão do servir com amor faz seu trabalho
melhor e o médium precisa entender que não está em seu templo para alcançar tal ou tal
graça; precisa entender o que este graça lhe proporcionará de bom para assim valorizar a
graça que busca. A lida com Deus, a lida com a mediunidade não é uma troca como se
fosse um salário que recebe ao final do mês, mas o trabalho é o próprio presente que
temos de Deus por ser a oportunidade de sermos melhores.
Larguemos a reclamação e abracemos as oportunidades pois o trabalho se faz
presente para todos. Servimos na família, servimos no templo, servimos no trabalho,
servimos a todo momento, porque não há maior prazer para um espírito endividado do
que o servir e agora os filhos podem dar outro significado à expressão “espírito
endividado”. Não se serve apenas para quitar dívidas do mal feito no pretérito, mas se
serve também para quitar a dívida de alegria por se estar sendo útil.
Que abramos mão da reclamação e abracemos o trabalho com dignidade.
Graças a Deus.