Sessão de Descarga do dia 01 de julho de 2017.


Mensagem do Caboclo Sete Montanhas em sessão de Descarga do dia 01 de julho de 2017.

 Graças a Deus. Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vocês.

Que nesta manhã os filhos estejam realmente presentes, que possamos estar sempre em sintonia com o momento que vivemos, porque assim sentimos e fazemos a nossa vida estar em coesão conosco.  Devemos estar, onde está nossa mente, nosso coração e nossa atenção, porque assim fazemos bem aquilo em que estamos imersos. Quando estamos em um canto, mas pensando em outro, quando estamos em um canto desejando estar fazendo outra coisa, na verdade não estamos nem lá e nem cá. Então é importante damos valor ao momento que nos abraça naquele instante, porque se aquele momento chegou, aquele momento é importante.

Então que saibamos selecionar os momentos que queremos viver, porque isto também faz parte do nosso crescimento, moral, espiritual e do foco que damos à nossa vida. Se permitimos que a vida nos leve, permitimos que os momentos cheguem até nós em qualquer ordem e não direcionamos nossa vida, pois permitimos que a nossa vida seja direcionada pela vontade do outro, pela necessidade do outro, pelos favores e pelas vaidades do outro, jamais estamos vivendo a nossa vida.  Então é importante que tenhamos condições de selecionar o que queremos fazer e também assumir a responsabilidade pelo o que estamos dispostos a fazer e pelo o que estamos fazendo. Assim são as decisões de nossas vidas. Assim é tudo aquilo que ocorre conosco.

Na medida em que nos tornamos responsáveis por aquilo que queremos viver e que queremos fazer , quando damos a real atenção ao que fazemos naquele momento, nossa vida ganha qualidade e esta qualidade dá valor à nossa existência.  É importante cuidar do outro quando decidimos cuidar do outro não porque nos dizem que é bom; é importante desenvolver a mediunidade e estar em contato com a espiritualidade quando decidimos que isso é realmente bom pra nós, quando a crença que temos nisso satisfaz as nossas necessidades e valores e não porque nos dizem que devemos fazer isso. É importante que assumamos o condão de nossa existência e nos libertemos de relacionamentos doentios.

Nos tempos em que havia escravidão em vossa terra, houve um momento em que os movimentos pela liberdade criaram leis que impediram o tráfico de escravos.   Então não chegavam mais peças novas para serem vendidos no mercado, mas isso não terminou com a escravidão, porque todos os que aqui eram escravos permaneciam escravos e os filhos desses escravos também eram escravos.  Mais tarde com o avanço do pensamento criou-se uma lei que tornava livre todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data.  Mas isso também não trouxe a liberdade, porque os que nasceram após aquela data eram livres, mas os que nasceram antes permaneciam escravos.  E depois então veio outra lei que libertava os escravos a cima de 60 anos.  Essa também não deu fim à escravidão, porque tanto aqueles que não tinham 60 anos, como os que nasceram antes da lei que libertava os nascidos naquela época permaneciam escravos.

Mesmo com os movimentos pela libertação dos escravos, a liberdade não chegava para todos como um afago, porque a própria escravidão de, uma certa forma, satisfazia o escravo. Porque em troca de trabalho tinha casa e comida, nas condições adversas que fossem, mas era abrigo e alimento. Pouco se importava o escravo se deveria ler, estudar e crescer se tinha teto, alimento e o trabalho a ser feito.  A partir do momento em que foi chegando a liberdade, não havia mais necessidade de um senhor manter nas suas terras pessoas que só iriam comer e dormir às suas custas.  Então houve a necessidade dos escravos em desenvolver uma profissão, uma especialidade e isso lhe custava tempo, lhe custava consumo de energia, gastos. Desta forma para muitos escravos não era interessante a liberdade pelo costume de estar sendo mantido por alguém. Havia um pacto mudo onde muitos senhores de escravos declaravam a idade de seus escravos como se fossem mais jovens para que permanecessem cativos e assim garantissem o teto e a comida em troca de trabalho.  Era interesse entre esses e seus patrões manterem uma situação que para ambos era satisfatória.

 Veio então a Lei Áurea que libertou todos os escravos.  Com toda a sua intenção de igualdade, de liberdade, esta lei não foi preparada para que os escravos tivessem condições de se sustentarem. A partir daí se aumentou a marginalidade, aumentou o número de pessoas vivendo em condições precárias, então houve muita luta e não aceitação da liberdade, que era vista como forma de crescimento, mas a acomodação das pessoas não lhes permitia ver um futuro.

E assim é filhos também a nossa vida. Muitas vezes nos acorrentamos a situações que pra nós são insalubres ou incomodas, mas não incomodas ao ponto de querermos nos libertar delas. Porque sempre ganhamos algo em troca com nosso sofrimento.  Seja a pena de alguém, seja o auxilio de alguém, seja o próprio conforto de não precisar ir além do que se espera.  Então é importante entendermos que muitas vezes olhamos as pessoas e a vemos sofrerem e queremos auxiliá-las, mas as pessoas não despertam e insistem nas mesmas ações, nas mesmas atitudes.  E nós sofremos e nos estressamos, não entendemos nos revoltamos, mas seguem as pessoas no conforto do seu sofrimento porque sempre tem algo que lucram com ele.

Então a todos aqueles que buscam auxiliar o próximo é importante procurarmos também conhecer quem é o próximo que queremos ajudar, para que possamos ajudar quem realmente quer ser ajudado. A instrução é importante, o levar o conhecimento é importante, mas cada um vai despertar a seu tempo na medida em que está disposto a crescer. Todo crescimento tem sua cota de sacrifício, de dor, liberdade, libertar-se de coisas que nos são caras, mas vendo um mais além de liberdade, mas a liberdade tem o seu preço e este é a responsabilidade.  Muitas vezes as pessoas têm sofrimentos e se adéquam a ele porque estão satisfeitas com a pouca responsabilidade que têm e que o sofrimento lhe dá.  Então se queremos alçar maiores voos, se queremos a liberdade, tenhamos a certeza de que tudo isso requer uma cota de responsabilidade. É a responsabilidade sim, é a cota de responsabilidade que faz um médium procurar ser um médium assíduo, presente e consciente de seus deveres em detrimento de todas as bengalas que usa para satisfazer o seu ócio moral, o seu ócio espiritual.

E aqueles que estão mais adiante  não sofram, porque tudo na vida é a escolha de cada um.  É o tempo de cada um que faz reger todo esse movimento.  Passa que o tempo não espera por ninguém.  Então sigam com o vosso tempo, sigam com a vossa capacidade, instruam, mas não sofram pelo sofrimento de quem está acomodado na dor.  Porque a própria dor se encarrega de despertá-los.

Graças a Deus.