Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Mesa do dia 18 de Fevereiro de 2017.
Graças a Deus e boa tarde a todos os presentes.
Seja essa reunião coroada pela boa vontade, pelo prazer de aqui estar.
Possa o ser humano encontrar alegria em tudo que faça, em tudo com que se envolva, pois a alegria é combustível e impulsiona a repetição de tudo aquilo que nos faz bem. Encontremos alegria no servir, alegria em viver; que seja ela o termômetro que nos afasta da dor e do sofrimento, buscando com isso a evolução através de tudo aquilo que nos proporciona a felicidade. Não confundindo com frivolidade, mas apenas com o prazer pelo serviço que nos aproxima da evolução.
Que tudo aquilo que está a nossa volta seja exatamente aquilo que buscamos na construção de nosso progresso. E se o que está a nossa volta não mais nos diz qualquer coisa é, hora de mudarmos o nosso entorno. E mudando o nosso interior conseguimos a sintonia com o exterior que buscamos, porque é importante que o ser humano viva de acordo com sua palavra, com seu pensamento, com a sua índole. Não vivendo de máscaras nem de personagens. Buscando a sinceridade principalmente para consigo. Só assim encontra equilíbrio e saúde mental.
Um certo homem dotado de imenso poder (o poder mediúnico e o poder da palavra cativante), de personalidade envolvente e imbuído do amor pela humanidade, instruído pelos mentores que o assessoravam; veiculou no mundo palavras, parábolas e exemplos. Praticou curas, desobsessões, criou uma família no grupo que construiu. Ao mesmo tempo levantou a raiva de todos aqueles a quem ele ameaçava com a revelação das verdades. Foi perseguido, foi supliciado, foi humilhado e, justamente o grupo que ele criou, escondeu-se na sombra e afastou-se no momento em que mais precisou. Independente disso, este homem seguiu fazendo seu trabalho durante todo o tempo, independente disto, este homem perdoou aquele que o traiu e perdoou aqueles que o negaram.
Jesus é exemplo a todo tempo, para toda e qualquer criatura pensante, habitante do planeta azul que chamam Terra. Seu exemplo de desprendimento e de perdão deve e precisa se seguido por todos aqueles que se colocam sob a sua filosofia, sob a sua orientação. Esquecendo o lado religioso, buscamos então o Jesus humano e tudo aquilo que ele representa enquanto ideal de ser humano, e percebamos que nossa vida repete, simbolicamente, mas carregada das mesmas emoções, todas as passagens da vida do Nazareno.
Ao longo de nossa vida somos perseguidos, somos humilhados, passamos pelas provações, pelas oportunidades de amar ao próximo, canalizamos as mensagens que nossos mentores nos insuflam e precisamos exercitar o perdão, pois foi a sua capacidade de perdoar que manteve Jesus em sintonia com seus mentores, com seu tão chamado Abba[1]. Possam então, seres humanos reunidos neste recinto na busca de orientação, encontrar no perdão o alicerce para o edifício de paz que buscam em suas vidas. Comecem hoje a exercitar e se banhar sob a luz que o perdão proporciona, para que possam libertar-se do sofrimento. O perdão apaga o egoísmo, o perdão apaga a vaidade, o perdão apaga todos os sentimentos que insistem em fazer com que pensamos ser somente nossa a verdade. A verdade a ninguém pertence, a verdade vem de Deus e onde ele se encontra ela está, da mesma forma que Deus só se faz presente onde o amor está.
Busquemos amor, busquemos perdão, para que a vida flua com dignidade; para que possamos evitar o repetitivo e neurótico ciclo de encarnações sucessivas e dolorosas. É responsabilidade dos aqui presentes, dos que ouvem estas palavras, abandonarem a reclamação, a visão estreita do personalismo e verificarem que é fora de si que também estamos. É por isto que apontamos o defeito no outro quando reconhecemos nele os nossos próprios defeitos. Saibamos nos enxergar nos nossos semelhantes e conseguiremos perdoá-los com maior sinceridade.
Graças a Deus.
[1] Abba é uma palavra hebraica que significa “papai” ou “papaizinho” e denota a íntima relação do filho com o pai. Era usada por Jesus quando se referia a Deus..