Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Pretos Velhos do dia 03 de setembro de 2016.

Graças a Deus, que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde.

Que possamos, em comunhão, realizarmos nosso trabalho de acordo com tudo aquilo que comungamos, que possamos fazer com que estes momentos que passamos juntos sejam não somente momentos de construção de um trabalho do exercício da mediunidade, mas momentos que propulsionem o nosso progresso, que sejam momentos que agreguem valor às nossas existências para que possamos com isso condecorar estes momentos com a felicidade.

O ser humano encontra a felicidade quando encontra a sua utilidade, quando encontra aquilo que o faz sentir-se vivo; e o que faz o ser humano sentir-se vivo não é só o prazer, não são as emoções descontroladas do ódio e da raiva ou da alegria em descontrole. É o sentir-se útil, é o dar sentido à sua vida, pois a alegria por si só assim como a raiva destemperada tão somente descontrolam vosso sistema e vos causam cansaço.  Mas a certeza de se ter uma utilidade, um porque, um objetivo em vossas vidas, isso sim vos dá a vontade de acordar todos os dias e fazer aquele dia valer apena. Filhos não despertam para serem infelizes ou para serem tristes, filhos despertam para realizar algo. Para fazer algo que tenha sentido e cada um encontra o seu sentido.

O trabalho com Jesus nos ensina que árvores frutíferas geram frutos; o trabalho com Jesus nos ensina que plantas ornamentais, ornamentam; o trabalho com Jesus nos ensina que ervas curativas produzem remédios. O trabalho com Jesus nos ensina que cada um dá aquilo que tem; só podemos esperar do outro aquilo que ele realmente possa dar e não aquilo que esperamos que ele nos dê. Não busquem chás nas folhas das plantas exóticas decorativas que tão somente tirarão água com sabor diferente.

         Filhos podem até enfeitar vossas casas com ervas curativas, mas a real função dessas é estar servindo à medicina curativa de vocês. Não esperem mangas nas videiras, não esperem bananas das palmeiras, porque cada um só dá aquilo tem. Ninguém foge à sua essência, ninguém foge aquilo que a sua raiz lhe dá. Passa que seres humanos não são plantas curativas, não são árvores frutíferas, tão pouco são plantas ornamentais. O ser humano tem a sua consciência, é dotado da capacidade de adaptar-se ou não estaria há tanto tempo habitando o planeta Terra.  O ser humano pode dar mais do que tem na medida em que faça por onde ter mais do que tem. Em que se esforce, em que dê de si.

    Então a cada vez que vos for solicitado um trabalho, não façam tão somente o trabalho que foi solicitado, façam o mais além. Surpreendam principalmente a si para verem a vossa capacidade, porque a felicidade do ser humano esta na superação de sua capacidade. É o realmente fazer valer o exercício para o qual que Deus o convocou. É realmente aproveitar as oportunidades que a vida traz para dela tirar o real exercício, proveito e felicidade, porque o ser humano que faz só aquilo que lhe é pedido se contenta com muito pouco. E muito pouco a vida inteira lhe traz infelicidade e sensação de muito pouco; porque não buscaram, porque não fizeram, porque não quiseram.

      É responsabilidade do homem o seu progresso, é responsabilidade do homem seu crescimento. A espiritualidade vos dá o caminho, vos dá todas as diretrizes, mas é somente o sedento bebendo a sua água que aplaca sua sede. Ninguém evoluirá por ninguém, ninguém trabalha por ninguém, cada um evolui por si. Pois então que possamos sair do suficiente: “Estou aqui para fazer isso e é isso que eu faço.”, “Estou aqui para fazer isso porque é isso que eu sei”. Isso a espiritualidade já sabe, respeita e aplaude, mas filhos terão muito mais felicidade na medida em que quando forem chamado ao serviço com Jesus, transformem-se efetivamente e façam daquela oportunidade a oportunidade de serem felizes, não se preocupando com o que dirá o próximo, com o que dirá quem está ao lado.  Porque aquele momento é o seu momento é a sua oportunidade de crescer é a sua oportunidade de ir adiante.

É por isso que disse Jesus: Não se importeis com o argueiro no olho de seu vizinho quando tendes uma trave em seu próprio olho.  Porque justamente os que fazem o suficiente, são os que apontam o porquê que o outro “não fez assim”, “porque se fosse eu faria assim”, mas na hora do eu fazer eu faço apenas o suficiente.

     É importante que o homem saiba que na medida em que só vê o defeito no seu próximo, deixa de olhar para seus defeitos e perde a oportunidade de crescer e perde a oportunidade de ser feliz, porque a cada vez que damos oportunidade de nos olharmos e vermos onde necessitamos melhorar, vamos entender que muitos dos defeitos do outro são justamente aquilo que apontamos e que temos em nós também.

    A cada vez que nos preocupamos em melhorar a si, a cada vez que convivemos com essas diferenças, conseguimos crescer internamente. Mas conviver com as diferenças não é somente aceitar calado os defeito do outro.  Não é após estar com o outro sair reclamando do outro e sair falando do outro e sair apontando o que o outro fez. Isso é semear a acidez da discórdia. Se vemos defeito em alguém, se algo em alguém nos incomoda busquemos no silêncio a reparação, para que possamos sem máscaras encontrarmos a congruência de ações. Na medida em que alimentamos o defeito do outro, falando desse sem resolver estamos novamente perdendo a oportunidade de crescimento.

     As casas religiosas são compostas de seres humanos, são organizações humanas em primeiro lugar. Ligam-se com o mundo espiritual e dele têm as orientações, mas o funcionamento, essa máquina só funciona com a força do  homem.  E quando o homem se divide, divide-se a sua Casa religiosa.

      Então deixemos de apontar os defeitos do outro e olhemos para o nosso defeito. Saiamos da nossa condição de julgadores e sejamos réus de nós mesmos. Tentemos observar a nós como se fosse outra pessoa e busquemos pensar o que pensaríamos de nós. Quem se orgulharia de nós se soubesse aquilo que realmente somos? Aí sim poderemos ter a diretriz do início de progresso de felicidade.

        Servir a Deus é importante. Deus se compraz com vosso amor porque é um exercício de adoração e do próprio amor, mas é importante que com tudo isso venha o crescimento do ser humano. Amor com trabalho, amor com disciplina, amor com dedicação. Tudo isso encontra fluxo positivo no rio do tempo e da vida.

       Que saibamos observar mais a nós, que saibamos cobrar mais de nós. Que possamos ter em nós mesmos os amigos que apontam as nossas necessidades de orientação. Que saibamos usar o nosso tempo no mundo Terra com essa diretriz. O tempo escorre por vossos dedos e muitas das vezes se perdem momentos preciosos de crescimento.

      Se a lei da sintonia vos coloca em comunhão com pessoas com quem nem sempre encontram harmonia, lembremo-nos que Deus não erra. Deus é acerto constante, continuo e permanente. Então o outro não tem tantos defeitos assim, busquemos olhar as suas qualidades, busquemos nele o que ele tem de bom, para que clareando a sua face boa, possamos levar a mesma luz para sua face que necessita de progresso, de compreensão e de perdão.

Graças a Deus.